Respeito
à dignidade das mulheres é enfatizado por participantes de evento em Taipas
Créditos Juçara Zottis
Reunidas
na Creche Azul, no bairro Taipas, as mulheres clamaram pelo fim da violência,
no domingo, 6, marcando as comemorações do Dia Internacional da Mulher,
celebrado em 8 de março.
Em sua 26ª edição, a atividade promovida pela Pastoral
da Mulher da Região da Brasilândia apresentou o tema “Por que tanta violência?
A casa é nossa. Vamos cuidar”, e o lema “Mulher, coragem de Mudar”, com debates
sobre assuntos de interesse feminino. A médica Simone Nascimento falou sobre as
causas de morte das mulheres.
A
principal é a pressão arterial alta. Além disso, mulheres que têm uma vida
sedentária ou que possuem excesso de atividades estão mais suscetíveis a sofrer
um acidente vascular cerebral. Assim, segundo a médica, é preciso que as
mulheres mudem os próprios hábitos de vida. A segunda maior causa de morte
entre as mulheres é a violência. “Em média, são 13 mulheres assassinadas por
dia no Brasil e os assassinos são pessoas da própria família”, alertou Simone.
Denunciar os agressores antes que a violência e morte aconteçam é fundamental,
segundo a médica.
As
doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, são a terceira causa de morte
feminina, seguida do câncer de mama e de útero. “Fazer exames preventivos
anuais aumenta as chances de cura do câncer, sobretudo no colo do útero, que é
uma lesão silenciosa”. O professor Sérgio Barbosa, do Coletivo Laço Branco,
destacou a necessidade criar espaços de ajuda e recuperação aos homens que
cometem violência contra as mulheres. O grupo atua para sensibilizar os homens
em ações pelo fim de todas as formas de violência contra a mulher.
Também
esteve no evento Dulce Xavier, secretária adjunta municipal de Políticas para
as Mulheres, que apresentou as ações governamentais voltadas a reduzir as
desigualdades entre os sexos. A luz do tema da Campanha da Fraternidade
Ecumênica de 2016 “Casa comum, nossa responsabilidade”, a coordenação do evento
leu uma carta aberta às mulheres. “A Casa comum que precisamos cuidar é a nossa
terra, as figuras que representam a nossa mãe terra são expressamente femininas”,
descrevia um trecho da carta.
A violência doméstica, que causa medo, desalento
e decepção, foi apontada como fator presente na realidade da Brasilândia. Houve
o indicativo de que é preciso alertar as mulheres sobre como denunciar seus
agressores para que haja o fim da violência.
Reportagem publicada no Jornal O SÃO PAULO em 11/03/2016
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