sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Há um ano ele é dom Milton

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

“Posso imaginar a luta que enfrenta a grande periferia da cidade de São Paulo para fazer do evangelho a força de Deus para salvar aqueles que o acolhem. Desde já, minha oração e afeto a todo o clero e povo da Arquidiocese de São Paulo. Vamos caminhar juntos inspirando-nos no testemunho daqueles que nos precederam no serviço do evangelho".

Com essas palavras, em 27 de dezembro de 2009, no ginásio Alberto Bottino, na cidade de Jaboticabal, a 370 km de São Paulo, o então monsenhor Milton Kenan Junior assumiu diante de mais de três mil pessoas sua ordenação episcopal para atuar na Arquidiocese de São Paulo, como bispo auxiliar na Região Brasilândia.

Há um ano ele é dom Milton, mas não se esqueceu que um dia foi o padre Milton em duas paróquias de Bebedouro e outras duas de Jaboticabal. O paulista interiorano de Taiúva, hoje com 47 anos, chegou à Região Brasilândia em fevereiro e aceitou praticamente todos os convites para celebrar em diversas comunidades e paróquias, das mais sofisticadas até as mais humildes da Região.

Coerente com sua história sacerdotal e em sintonia com um de seus inspiradores, dom Helder Câmara, dom Milton Kenan Junior tem se destacado na Arquidiocese de São Paulo nos trabalhos junto às pastorais sociais. Em novembro, por exemplo, foi representante episcopal no evento Natal dos Sonhos, voltado à arrecadação de brinquedos para menores carentes, e durante todo ano de 2010 se dispôs a conversar com os diversos movimentos da igreja e com as mobilizações sociais organizadas.

Dom Milton também tem se mostrado aberto ao diálogo com o clero regional. Em dezembro iniciou a primeira transição delicada de seu episcopado: a mudança de párocos em três igrejas. Os impactos que as alterações provocarão a partir do fim de janeiro de 2011 ainda são difíceis de mensurar, mas dom Milton fez sua função, embora para a maioria dos paroquianos, e também para os sacerdotes, esse processo de mudança esteja sendo uma experiência dolorosa, especialmente para os sacerdotes que souberam conduzir os fiéis com os carinhos e cuidados de um pai.

Dom Milton Kenan Junior, receba os parabéns da equipe da Pastoral da Comunicação da Região Brasilândia. Desejamos-lhe boa sorte para a sequência de atividades episcopais e reafirmamos nossa disponibilidade em auxiliá-lo no cotidiano informativo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Conversa particular não é posicionamento público

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

De pequeno e desconhecido site, o Wikileaks tornou-se, equivocadamente, fonte de referência segura para a imprensa mundial a partir da obtenção ilegal de registros confidenciais de autoridades em todo mundo. O acesso a dados e conversas particulares de diversas personalidades chegou também às confidências da Igreja Católica.

Nas duas últimas semanas, repercutiram a suposta postura da instituição de dificultar os casos de investigação de pedofilia cometidos por clérigos na Irlanda e as conversas de dom Odilo Scherer e dom Cláudio Hummes, com cônsules norte-americanos.

O Wikileaks apresentou conversas do atual arcebispo de São Paulo com o cônsul-geral dos Estados Unidos, Thomaz White, datadas de outubro de 2007, nas quais o cardeal faz avaliações sobre o programa Bolsa Família, a perda de fiéis para as igrejas evangélicas, a imagem midiática do papa e atuação a Teologia da Libertação.

Há também no Wikileaks trechos de diálogos, de março de 2006, entre dom Cláudio Hummes e Christopher McMullen – à época, arcebispo metropolitano e cônsul-geral dos Estados Unidos, respectivamente - nos quais o religioso avalia o escândalo do mensalão e as similaridades políticas entre PT e PSDB.

Pois bem, algumas ponderações sobre o episódio Wikileaks//Igreja Católica são fundamentais: primeiro, ninguém é obrigado a prestar esclarecimentos de conversas informais que desenvolva fora dos espaços públicos, pois tais diálogos não representam um posicionamento oficial, seja do falante ou da Instituição que representa.

Nesse sentido, nem dom Odilo, nem dom Cláudio são obrigados a vir a público para esclarecer o que disseram no foro íntimo – essa exigência já começa a ser feita pelos “estilingueiros de plantão da Igreja Católica” - até porque as avaliações de ambos foram sobre aspectos conjunturais da Igreja e do país, não se referiram a dogmas. Some-se a isso, o fato de que em nenhum momento as convicções pessoais dos cardeais foram usadas para interferir no andamento dos trabalhos pastorais da Igreja em São Paulo.

Outro aspecto a ser destacado refere-se à problemática dos atos de pedofilia cometidos por alguns clérigos. Por dezenas de vezes, os porta-vozes da Igreja e o próprio papa Bento 16 mostraram-se decepcionados com esses acontecimentos e há hoje clara atenção e preocupação para que tais episódios não se repitam. A Igreja não está inoperante diante de alguns poucos padres que desonram a batina que vestem.

Por fim, a mídia em todo mundo precisa estar atenta à “Wikileaks Mania”, pois até as fontes aparentemente mais confiáveis podem falhar um dia e levarem junto a credibilidade do jornalismo. Apuração e checagem são regras básicas da profissão.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Setor Cântaros: 12 anos de superação

Por Juçara Terezinha e Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Ao anoitecer do sábado, dia 05, a igreja Santa Terezinha, acolheu a celebração em ação de graças pelos 12 anos de trabalho do setor cântaros e pelos 25 anos de sacerdócio do padre Edson Jorge Feltrin. O clima era realmente de festa. Uma calorosa recepção e a alegria estampada nos rostos das lideranças não deixavam dúvidas do significado daquela celebração.

Estavam presentes os padres das quatro paróquias que formam o setor Cântaros: padre Valdiran Ferreira dos Santos, da igreja anfitriã, padre Konrad Konner, da paróquia Bom Pastor, padre Hilton de São Lourenço, da igreja São José, e padre Edson Jorge Feltrin, coordenador do setor e pároco da São Francisco de Assis.

Natural de Anita Garibaldi (SC), o filho de Samuel Feltrin e Zelinda Fernandes Feltrin, deixou a cidade natal ainda jovem e foi ordenado padre em 1985. Em 1987, padre Edson Jorge Feltrin tornou-se o primeiro pároco da igreja São Cristovão, em um dos bairros mais carentes da cidade de Lages (SC). Como integrante do clero na cidade de São Paulo, tem participado de comitês de ética em pesquisa em hospitais e na Região Brasilândia coordena o setor Cântaros e é o assessor da Pastoral da Saúde.

Durante a celebração foram lembrados os padres e agentes que ajudaram na organização do setor Cântaros: padre Bruno (em memória), padre Michel Forgot, Cilto José Rosembach, Daniel McLaughlin, Carlos Augusto (Neno), Irmã Brigida, e leigos engajados como Juçara Terezinha, José Eduardo de Souza, Edna Maciel, Janis Kunrath, Heidi Cerneka e outros que contribuíram com a história de luta e resistência. Após a missa, foi partilhado, em clima de festa, o bolo pelos 12 anos de vida do setor.

Instituído em 1998 pelo bispo então bispo regional dom Angélico Sândalo Bernardino, o setor Cântaros reúne quatro paroquiais: São José Operário, Santa Terezinha, São Francisco de Assis e Bom Pastor, as duas últimas fundadas no mesmo dia, 10 de dezembro de 1994. A elas estão atreladas 13 comunidades, nas quais os católicos são sinal de fé e esperança no Jardim Damasceno, Jardim Paraná, Brasilândia, Jardim Guarani, Vila Terezinha, Vila Isabel, Jardim Carumbé, Jardim Paulistano e Vila Nova Esperança.

O setor destaca-se historicamente pelo forte trabalho em comunicação, evangelização da juventude, em volta a situações de criminalidade, e lutas pelas melhorias das condições de vida dos moradores que vivem nas encostas de morros e que já foram vítimas de alagamentos e outros desastres naturais diversos, além da criminalidade. Uma das principais batalhas nos próximos anos será impedir que a construção do trecho norte do Rodoanel deixe sem lar milhares de famílias carentes.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A ação da Igreja diante da AIDS

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

No estado de São Paulo, nove pessoas morrem por dia em decorrência da AIDS. Em 2009, faleceram no país 11 mil pessoas por conta da doença e, a cada dia, estima-se que sete mil sejam infectadas pelo vírus em São Paulo. No estado, a AIDS é a principal causa de morte das mulheres entre 25 e 34 anos.

Esses e outros dados alarmantes foram revelados pela sanitarista Maria Clara Gianna, coordenadora do programa estadual DST/AIDS, em evento no Instituto Emílio Ribas, em 1° de dezembro, no Dia mundial de combate à AIDS.

A solução sempre proposta para conter o problema: a expansão de campanhas de incentivo ao uso de preservativo. Bem sabemos, que a Igreja Católica Apostólica Romana é contrária ao uso da camisinha (o profilático). A cúpula clerical, coerentemente defende a abstinência, a fidelidade e acima de tudo, o combate à banalização do sexo.

Em recente coletiva de imprensa na Cúria Metropolitana, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, enfatizou: “A Igreja Católica convida a todos para um comportamento sexual responsável e para a humanização da sexualidade. Se colocarmos muito destaque no preservativo, esquecemos o que é muito mais grave”. Destaque-se que o muito mais grave da aspas é a banalização do sexo, que tem entre outros impactos, por exemplo, o tráfico internacional de mulheres para a prostituição.

A Igreja está do lado que sempre esteve: defendendo a vida, claro que a seu modo e em choque com as conveniências do mundo moderno, afinal, usar o preservativo com parceiro eventual para não correr o risco de contaminação por DST é conveniente e seguro, mas, sinceramente, reduzir o sexo - ato de consumação extrema de um amor- a alguns minutos de prazer eventual é decente e ético?

Na mesma entrevista coletiva, dom Odilo esclareceu as declarações do papa Bento 16 sobre uma possível tolerância da Igreja ao uso de preservativo por pessoas prostituídas. “Não houve mudança na posição do papa ou da Igreja em relação ao uso do preservativo. No caso de pessoas prostituídas usarem o profilático para evitar que outros possam ser contaminados pelo vírus que elas têm, essas pessoas estão fazendo o primeiro passo de responsabilidade moral. Com isso, não fica aprovado, nem aconselhado o uso do preservativo”, enfatizou o cardeal.

A seu modo, a Igreja Católica atua no combate à AIDS e principalmente no acolhimento às pessoas portadoras de HIV bem como às mais vulneráveis ao vírus. Prova disso, é o trabalho realizado em todo o país pelos grupos de Pastoral da AIDS e da Pastoral da Mulher Marginalizada. Pela defesa da vida, a Igreja convida a uma mudança de atitude em relação à banalização do sexo. É coerente, portanto, que neste contexto, a discussão sobre a camisinha não ocupe o papel central.

sábado, 27 de novembro de 2010

Protagonismo dos leigos na comunicação em SP

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

A Arquidiocese de São Paulo celebrou na tarde do domingo, 21 de novembro, o encerramento do 1° Congresso de Leigos, em solenidade que teve a participação de mais de seis mil pessoas no ginásio Mauro Pinheiro, no Complexo Esportivo do Ibirapuera, zona sul da capital paulista.

Nesse mesmo dia, na parte da manhã, delegados das oficinas temáticas do Congresso e representantes das paróquias da Arquidiocese participaram da apresentação da síntese dos 173 planos de ação elaborados em 21 oficinas arquidiocesanas e refletiram sobre os desafios para colocá-los em prática.

Especificamente no âmbito da comunicação social, a comissão executiva do Congresso condensou em nove planos de ação as propostas apresentadas nas oficinas regionais e na arquidiocesana de comunicação. As proposições indicam a urgência de um trabalho comunicacional em rede, que faça a Igreja em São Paulo comunicar-se para além das alvenarias paroquiais.

Uma das ações contempla a formação de um grupo de jornalistas católicos que se reuniria periodicamente para refletir sobre assuntos cotidianos que exijam posicionamentos dos cristãos a partir da fé católica. Outro plano de ação trata da formação de uma rede arquidiocesana de comunicação, composta por pelo menos cinco pessoas de cada região episcopal, que seriam capacitadas em formações para coordenar as ações de comunicação nas regiões. O desafio desse grupo seria acabar com o hiato existente as paróquias e os veículos de comunicação da Arquidiocese, podendo inclusive, em etapa posterior, sugerir pauta para mídias comerciais.

Outra proposta trata da criação de uma equipe arquidiocesana ligada às áreas de filosofia e sociologia que se disponha a ir às comunidades da Arquidiocese incentivando a criação de grupos de leitura e análise crítica da mídia, especialmente em momentos sensíveis de exposição da Igreja em escândalos.

Ações inovadoras e inclusivas também aparecem contempladas nos planos de ação, caso da proposta de distribuição no entorno de paróquias e comunidades de um folheto querigmático com mensagens de iniciação à vida cristã; Há também a ideia da realização de um mapeamento das associações e grupos que acolhem pessoas com deficiências para viabilizar a formação de agentes de pastoral nas linguagens de sinal e braile; outra proposta trata da inclusão digital, com a criação de laboratórios de informática nas paróquias com acesso gratuito para internet e cursos de formação; e por fim, outro plano prioriza o monitoramento pastoral junto aos estudantes católicos de comunicação a fim de envolvê-los na missão da Igreja.

Em destaque em mais de uma proposta, está a intenção de uma análise crítica e posterior aperfeiçoamento das mídias oficiais da Arquidiocese de São Paulo, de maneira que tenham uma linguagem mais compreensível, aberta ao jornalismo colaborativo e inserida nas redes sociais digitais.

Como se percebe, os leigos da Arquidiocese de São Paulo anseiam por mudanças na comunicação e estão cientes de que devem ser os protagonistas desse processo. No entanto, fica o alerta de que os projetos só serão ser viabilizados com investimentos efetivos e ações planejadas, com vistas de resultados a médio e longo prazo.

No que for solicitada a colaborar, a equipe da Pascom Brasilândia estará disposta a dialogar e buscar alternativas para pôr em ação os planos apresentados. Na internet, conduzimos esse trabalho há mais de três anos com o blog, no jornal O São Paulo estamos regularmente presentes com o envio de reportagens e com a rádio 9 de Julho já marcamos presença em outros momentos recentes. Comunicar mais e melhor é o desafio que nos motiva sempre. No Congresso de Leigos, “recarregamos as baterias” para seguir adiante e aprimorar o que já fazemos.

domingo, 21 de novembro de 2010

Encontro reúne familiares de presos e egressos

Por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

A Pastoral Carcerária Padre Macedo, da Região Episcopal Brasilândia, realizou no sábado, 14 de novembro, um encontro com cerca de 30 pessoas no centro comunitário, da paróquia Santa Rosa de Lima, Perus. Além dos agentes da equipe regional, participaram diversas pessoas egressas e familiares de pessoas encarceradas em diversas penitenciarias e cadeias na grande São Paulo, sendo que a de Franco da Rocha e Osasco concentram a maioria dos presos.
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O descaso do poder judiciário com as pessoas pobres encarceradas, a falta de assistência tanto por parte do estado bem como da Igreja no acompanhamento das famílias que buscam ajuda, a falta de oportunidades para as pessoas que cumpriram penas e os baixos salários pagos a uma pessoa egressa foram os principais assuntos que norteou o debate dos participantes.
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Padre Aécio Cordeiro fez referência à pesquisa que aponta que cerca de 70% das pessoas que cumpriram penas, acabaram retornando ao cárcere privado. “Esta pesquisa revela a falta de oportunidade para estas pessoas. também esta relacionada com a situação de vida”. : “Como é possível uma pessoa egressa viver com menos de um salário mínimo por mês”? desabafa.
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Para o jovem Everaldo, essas pessoas precisam de oportunidade, de apoio de trabalho, escolas de qualidade. “Nós queremos ser tratados com respeito, com dignidade pela sociedade. Somos todos filhos de Deus”. Durante o encontro, diversos depoimentos foram relatados pelas mães de como os agentes penitenciários tratam os encarcerados. “É revoltante, saber que seu filho é tratado pior que os animais” denuncia F.R.D. “O atendimento a saúde é de péssima qualidade. As pessoas que tem algum tipo de problema de saúde não são medicadas e muito menos tem direito a um tratamento adequado”, relada Cida.
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A equipe da Pastoral Carcerária tem feito um esforço sobrehumano para atender as inúmeras famílias que não tem condições de pagar um bom advogado. Outros procuram por ajuda social como alimentação, moradia e saúde. “Somos poucos para fazer muita coisa. Não temos recursos financeiros”, fala angustiada Nice.

Aparecida de Oliveira, 65 anos fala da luta que foi para libertar a filha que ficou presa na penitenciaria feminina em Santana. “Foram 9 meses de muito sofrimento. Minha filha, mãe de duas meninas, inclusive uma é especial, trabalhava e fazia faculdade de pedagogia. Tudo por cauda de uma briga foi parar atrás das grades. Gastei o que não tinha com advogados, más quase nada adiantou. O que me salvou foi ter conhecido esta gente maravilhosa da Pastoral Carcerária. Foi com ajuda dessa equipe que minha filha conquistou a liberdade em 14 de setembro deste. Em 05 de outubro começou a trabalhar,”desabafa emocionada Aparecida.
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Sandra Regina Duarte, agente comunitária, falou sobre o andamento do projeto do Pronasc (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), que já iniciou o trabalho em cinco áreas da Brasilândia com objetivo de fazer um levantamento sobre a situação das pessoas egressas e articular as forças no sentido de encontrar alternativas para as famílias e os egressos.
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Também foi lembrado do seminário com o tema: encarceramento em massa, símbolo do estado penal. O estado brasileiro no banco dos réus organizado pelo tribunal Popular que acontece nos dias 7,8 e 9 de dezembro na Faculdade de Direito, largo São Francisco. Diversas pessoas mostraram interesse em participar.
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O encontro terminou um momento de oração onde diversas pessoas lembraram de algum pessoa da família encarcerada e depois de uma benção, todos participaram de um delicioso almoço preparado pelas lideranças da paróquia Santa Rosa de Lima, Perus.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Jovem: comunicador protagonista na Igreja

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

No fim de semana dos dias 06 e 07 de novembro, a equipe da Pascom Brasilândia esteve presente a dois eventos de comunicação católica: na cidade de São Paulo, acompanhamos a oficina arquidiocesana de comunicação do 1° Congresso de Leigos, e em Sorocaba, no interior do estado, participamos do 16° Encontro Regional de Comunicação, promovido pela Pascom do Sul 1 da CNBB.

Em Sorocaba, 110 pessoas participaram do encontro que teve por tema “Comunicadores no mundo digital: motivações e desafios” e na capital paulista, cerca de 42 delegados leigos apresentaram propostas para melhorias da comunicação em âmbito arquidiocesano.

Apesar das peculiaridades das propostas apresentadas em cada um dos encontros – algo natural, pois os desafios regionais e arquidiocesanos são diferentes – houve um apelo comum de que a Igreja precisa dialogar com os jovens, atraí-los, abrir espaço para que evangelizem a partir da linguagem que lhes é peculiar ao tempo presente.

No Regional da Pascom, o assessor do encontro, professor Marinque Marins, destacou que os jovens de hoje são os nativos digitais - capazes de twiitar, assistir tevê, falar ao celular e ouvir música no ipod ao mesmo tempo- enquanto as principais lideranças das comunidades católicas são os imigrantes digitais, que ainda se adaptam a essas novas plataformas comunicacionais.

O caminho para maior abrangência da proposta evangelizadora da Igreja, passa pela sinergia da juventude digital com a experiência pastoral das lideranças. Há a necessidade de uma relação de troca para a difusão evangelizadora: o jovem, em geral, domina a tecnologia, mas ainda tropeça no conteúdo teológico. As lideranças tradicionais possuem esse saber, mas pouco dominam as recentes técnicas de comunicação digital.

Na oficina de comunicação do Congresso Arquidiocesano de Leigos, a maior parte das propostas de ação em busca de uma comunicação mais eficaz apontou para a necessidade de a Igreja também fazer uso das novas tecnologias digitais – em especial pelas redes sociais digitais – para ser discípula e missionária, por meio de um discurso atual que compita com o pragmatismo da sociedade.

A comunicação, ponte que une as novas tecnologias e o saber adquirido pelos fiéis católicos mais esclarecidos, é a matéria prima para o trabalho da Pastoral da Comunicação, que não pode ser reduzida a criação e manutenção de mídias – o jornalzinho da comunidade, o site ou o blog da paróquia. Mais uma vez, reafirmamos nosso compromisso pastoral de mediar e promover formações em paróquias e comunidades que almejam comunicar melhor interna e externamente.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Missa de finados marca compromisso com a vida

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

“Aqui os ditadores tentaram esconder os desaparecidos políticos, as vítimas da fome, da violência, do Estado policial, dos esquadrões da morte e sobre tudo os direitos dos cidadãos pobres da cidade de São Paulo. Fica registrado que os crimes contra a liberdade serão sempre descobertos”.

A frase acima consta no Memorial da Vala de Perus, inaugurado em agosto de 1993, sobre a vala comum no cemitério Dom Bosco, em Perus, onde foram encontrados em 04 de setembro de 1990, 1574 corpos de desaparecidos políticos e indigentes, incluindo os restos mortais de cerca de 500 crianças.

Para celebrar a vida e evitar que a brutalidade cometida durante a ditadura militar caia no esquecimento, mais de 400 pessoas participaram, na terça-feira, 2 de novembro, de uma missa em memória aos fieis defuntos em frente ao Memorial da Vala de Perus. A celebração, organizada pelas paróquias do setor Perus, foi presidida por dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau, e concelebrada pelo diácono Antônio Campeiro Ferreira, e pelos padres Rodrigo Pires Vilela da Silva, Léo Muitjens, José Aécio Cordeiro, Matheus Vroemen e Júlio Lancellotti.

Um grupo de leigos atuantes no setor Perus fez a acolhida dos que se aproximavam do espaço de celebração Todos foram convidados a anotar os nomes dos entes falecidos e recebiam o folheto com as canções da missa. Um pouco antes da missa começar, já era possível perceber a representatividade de todas as idades na missa, com crianças, jovens, adultos e idosos no gramado próximo ao Memorial da Vala de Perus

Dom Angélico destacou que os cristãos capazes de celebrar no cemitério reafirmavam a fé na ressurreição em Jesus. Ele também falou do significado de uma missa próxima à vala comum. “Estamos aqui à beira da vala comum, o que faz do cemitério de Perus emblemático para o Brasil porque para cá foram trazidos homens e mulheres que lutaram contra a ditadura militar e vítimas de violência. É um marco que nos lembra que precisamos valorizar o dom da vida em toda a sua dimensão. Essa celebração nos lembra da necessidade que temos de não colocar aqui nossa morada, pois estamos a caminho de uma morada permanente para aonde Deus está nos atraindo, que é a eternidade feliz, onde seremos acolhidos na misericórdia de Deus”, apontou.

Durante a homilia, o bispo emérito de Blumenau lembrou ainda que no cemitério Dom Bosco estão sepultados muitos moradores de rua, além das vítimas da ditadura militar, pessoas que foram esquecidos pela história enquanto alguns torturadores viraram nome de ruas, avenidas e até de cidades. “Essa vala comum, que lembra os heróis da resistência, deve ficar sempre em nossa memória, assim como as sepulturas dos moradores de rua que aqui estão enterrados”, conclamou.

Antes da missa, integrantes das CEBs na Brasilândia e agentes da Pastoral do Povo de Rua realizaram um momento de oração próximo aos túmulos de cinco moradores de rua assassinados em agosto de 2004 na cidade de São Paulo. “Esse cemitério também é dos pobres e dos esquecidos. Nós rezamos nas sepulturas dos moradores de rua para nos comprometermos com aqueles que ainda estão pelas ruas de nossa cidade, para que tenham vida com dignidade, com seus direitos respeitados”, destacou o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua.
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Desde 2004, os túmulos são zelados pelas CEBs do setor Perus e pelo Centro de Direitos Humanos. A pastoral conseguiu junto a prefeitura autorização para que não haja exumação dos restos mortais, procedimento comum após cinco anos do sepultamento.

sábado, 30 de outubro de 2010

Aprendizado das eleições para a Igreja e os fiéis

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Talvez seu contato com esse texto, amigo leitor, se dê quando já conhecemos o novo ou a nova presidente do Brasil. Independente de quem for o eleito, que alívio, hein? As eleições acabaram. Claro, isso não acaba com a nossa responsabilidade de cobrar ações e posturas dos eleitos ao executivo e ao legislativo, pois isso é o trabalho mais nobre e difícil que exerceremos pelos próximos quatro anos.
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O alívio referido anteriormente se dá pelo fim da campanha eleitoral: uma das mais rasteiras que o país já vivenciou e que, infelizmente, teve as posturas de parte da Igreja Católica como o centro das atenções.

As eleições 2010 deixam para os bispos, padres, religiosos e leigos muitas lições: a primeira é o cuidado para que nós católicos não sejamos estimuladores da tomada do santo nome do Senhor em vão (nunca a santíssima trindade e o santos foram tão utilizados para a propaganda e o discurso político, foi lamentável).

O segundo, mas não menos importante aprendizado, é saber diferenciarmos posição oficial da Igreja (por exemplo da CNBB, do Sul 1 da CNBB, da Arquidiocese etc) de carta aberta ou mensagem de bispo X,Y,Z ao povo brasileiro. Apesar de não devermos ignorar as expressões de tais cartas e mensagens, elas não são a posição oficial da Igreja, que destaque-se optou pela neutralidade, ou seja, não repudiou, nem apoiou, candidatos ou partidos.

Para nós leigos, em especial, ficou o grande aprendizado de que precisamos ter um olhar crítico sobre grande mídia para não reproduzirmos em correntes de e-mail, blogs e redes sociais digitais discursos tendenciosos, factuais e desconexos. A forma rasteira como a problemática do aborto foi tratada nestas eleições demonstrou que, urgentemente, a Igreja precisa promover ações de formação política (leia-se bem, formação política e não formação partidária) com os fiéis.
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Em um dado momento dessa campanha, os presidenciáveis foram quase comparados ao “superman” ou à “mulher maravilha”, com poderes para aprovar, se eleitos, o que bem entendessem e a hora que quisessem, como que se para a revisão, emendas e criação de novas leis o Congresso Nacional não precise ser consultado, um absurdo, pois a aprovação das leis passa pelos legisladores e por vezes desemboca até em plebiscito nacional.

Apesar do caminho sinuoso do período eleitoral há muitas coisas a serem comemoradas. Pela sexta vez após a redemocratização do país elegemos um presidente por voto direto, houve espaço para a multiplicidade de vozes e para a contestação do oficialismo que tentou se transvestir de discurso oficial.

A equipe do Blog da Pascom Brasilândia deseja boa sorte ao novo ou a nova presidente da república e lembra que o exercício da democracia e da política deve ser feito cotidianamente por cada brasileiro e não apenas em ano eleitoral.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Missão Popular: alternativa pastoral na Brasilândia

Por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

A Igreja da Região Episcopal Brasilândia, na cidade de São Paulo, é formada na sua maioria por comunidades pequenas com pouca estrutura e cercada de muitos problemas sociais. Uma das características que as mantêm firme na caminhada é o trabalho voluntário de evangelização e ação social desenvolvido pelas lideranças leigas, em sua maioria mulheres.

Na Brasilândia diversas paróquias estão encontrando na missão popular uma alternativa para enfrentar esses desafios e preocupações como um novo alento pastoral. Cada paróquia, com características próprias, desenvolve uma metodologia adequada à realidade que a cerca.

Na perspectiva de uma Igreja missionária aconteceu no domingo, 17 de outubro, o envio de 50 missionários, leigos e leigas durante a missa solene em comemoração aos 15 anos de criação da paróquia Santa Rita de Cássia, setor Nova Esperança.

Motivados pelo tema bíblico "Ai de mim se não evangelizar” (ICor 9,16), o primeiro lugar escolhido pelo grupo de missionários é uma área onde centenas de famílias pobres vivem em condições precárias e com muitas dificuldades, que fica nas extremidades da paróquia, num bairro conhecido como Mangue.

Os missionários receberam orientações de como proceder durante as visitas, sendo a escuta uma das atitudes mais importante, sendo necessário estar atento para detectar os sinais de Boa Nova que existem na vida do povo.

Cada missionário recebeu uma camiseta com uma cruz, como símbolo de identificação, além de uma cruz no peito, bíblia e folders, que trazem os objetivos da missão popular: Partilhar a Palavra de Deus e seguir Jesus Cristo; Fortalecer as comunidades e iniciar novos núcleos comunitários; Proporcionar vida e cidadania para todos. Consta também a oração da missão popular, as orientações gerais sobre o trabalho e os endereços das comunidades e horários de celebração e missas.

Essa iniciativa da missão popular faz parte das prioridades pastorais assumidas na assembleia paroquial, em fevereiro deste ano, com a preocupação de fortalecer os trabalhos missionários e pastorais das comunidades. "Ser missionário é ser anunciador, aquele que leva a mensagem de esperança àqueles que necessitam. A missão dos batizados é anunciar Jesus Cristo que por amor nos resgatou, mas nos quer próximos de si” comenta padre Cilto José Rosembach, pároco.

Anunciar Jesus nas casas, nas comunidades, nas cidades e vilas é missão de todos os batizados. É vocação, missão da Igreja, evangelizar, ser missionária. “Ide evangelizai...” (Mt. 16,15). "Deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo, pois somos colaboradores na construção do reino de Deus, e amparados nos braços de nossa Senhora Nossa Mãe, anunciemos com alegria a grande mensagem de Salvação", exaltou Maria da Glória, leiga da Comunidade Nossa Senhora Aparecida.

O projeto missionário prevê ainda um levantamento da realidade social e religioso. As demandas sociais serão encaminhadas aos órgãos públicos responsáveis, e as demandas pastorais e sacramentais serão atendidas pela paróquia.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Região Brasilândia louva Nossa Senhora Aparecida

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

No dia da padroeira do Brasil, leigos e religiosos da Região Episcopal Brasilândia demonstraram ardor devocional em missas e procissões realizadas em diversas paróquias e partilharam os tradicionais bolos de Nossa Senhora Aparecida.

Para os fiéis da paróquia São Luis Gonzaga, setor Pereira Barreto, o 12 de outubro marcou a realização, pelo sexto ano consecutivo, do projeto Tietê, Esperança Aparecida. O padre Palmiro Carlos Paes conduziu a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida por 19 km das águas do Rio Tietê que cortam a cidade de São Paulo. Na chegada à Ponte do Piqueri, uma multidão aplaudiu o barco com a imagem e acompanhou a benção do Rio feita pelo bispo regional, dom Milton Kenan Júnior.

Após o trajeto fluvial, a imagem foi levada em carreata até a paróquia São Luís Gonzaga, onde aconteceu a missa de encerramento do projeto Tietê, Esperança Aparecida, iniciado em 22 de setembro. “A proposta do projeto é lembrar que o Rio Tietê é um presente de Deus e não um esgoto aberto na cidade. Que a passagem da imagem nas águas, conscientize o governo e a população da cidade a olhar o Rio Tietê como um presente de Deus, de forma que cuidem, não joguem lixo e não poluam as águas”, declarou o padre Palmiro, em entrevista à tevê Globo.

Em Taipas, também no setor Pereira Barreto, paroquianos da Nossa Senhora das Dores reuniram-se para celebrar o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira de uma das comunidades da paróquia. Durante a missa presidida pelo pároco Airton Bueno, os jovens do grupo teatral Arte de Viver e do grupo Bom Pastor Jovem encenaram o encontro da imagem da padroeira, ocorrido em 1717 nas águas do Rio Paraíba do Sul.

Na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Morro Grande, veiculada à paróquia Santa Rita de Cássia, setor Nova Esperança, os fiéis celebraram o dia da padroeira com a temática “sob olhar da Mãe Aparecida, caminhamos com Jesus”. A devoção demonstrada nas ruas por onde passou a imagem em procissão e a igreja lotada de fiéis, não deixaram dúvidas do carinho dos brasileiros por Nossa Senhora Aparecida.

“A devoção a Nossa Senhora Aparecida aumenta a cada ano, um pouco ajudado pela maior exposição das novenas nas mídias católicas. No Brasil, quem não tem outra santa de devoção é devoto de Nossa Senhora Aparecida”, destaca o padre Cilto José Rosembach, pároco da igreja Santa Rita de Cássia.

Outras paróquias da Região como a Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, e a São José Operário, no Jardim Damasceno, realizaram atividades especiais no dia da padroeira do Brasil, entre as quais celebrações voltadas para crianças.

sábado, 9 de outubro de 2010

2222: as eleições e os filhos de Francisco

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

O humorista cearense Francisco Everardo Oliveira Silva, 45 anos, foi o grande vencedor das eleições para a Câmara dos Deputados Federais, realizadas no domingo 03 de outubro, em conjunto com as votações para presidente da república, governadores, senadores e deputados estaduais. O palhaço Tiririca, personagem com o qual Francisco se travestiu no pleito eleitoral, obteve 1,35 milhões de votos, o equivalente a 6,35% dos votos válidos no estado de São Paulo.

Em um Estado democrático de direito, como o vigente no Brasil desde o fim da ditadura militar, nada impede que um palhaço, no sentido lato do termo, se candidate a um cargo público. A profissão é tão digna quanto qualquer outra. Porém, o problema que se coloca sobre a eleição de Francisco é o que representam os votos em Tiririca, seu personagem, agora legislador brasileiro, que para chegar ao Congresso Nacional valeu-se de bordões como “Vote Tiririca. Pior do que tá não fica”.

Tiririca é a sátira da imagem que parte do eleitorado tem sobre atuação dos legisladores brasileiros, algo como “já que aquilo é uma palhaçada, vou votar num palhaço”. Para o universo da ciência política esse é o chamado voto de protesto. “Me parece que no caso do Tiririca é um voto de protesto, digamos de uma maneira abrangente, um protesto contra tudo isso que está ai. O eleitor do Tiririca não está nem ai para o que o Tiririca fará ou deixará de fazer, este eleitor não se interessa e nem quer saber o que faz um deputado federal”, avaliou Cláudio Weber Abramo, analista político em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Com a quantidade de votos que recebeu, Francisco Everardo Oliveira Silva, ou melhor, Tiririca (PR), tornou-se pai de três deputados eleitos: Otoniel Lima (PRB), Vanderlei Siraque (PT) e Protógenes Queiroz (PC do B) chegam à Câmara na rabeira de Tiririca já que herdaram os votos excedentes do palhaço pelo chamado quociente eleitoral: esse expediente calcula, a partir da quantidade de votos válidos e das vagas disponíveis na Câmara, quantos votos um político precisa para se eleger. O que for excedente a esse valor é repassado à coligação pela qual ele concorreu e transferido automaticamente aos candidatos mais votados dessa coligação.

Os filhos de Francisco não são apenas os três deputados mencionados: esses são como recém-nascidos em uma família chamada debate político superficial, que deixa em segundo plano a função de legislador para colocar em evidência apenas os cargos executivos, numa abordagem ilusória de que o presidente e governadores podem fazer tudo e criar leis que bem entendem.

No primeiro turno das eleições, a grande mídia excluiu do debate político os legisladores e seus projetos e não enfatizou a importância de deputados e senadores para os rumos do país. Lamentavelmente, alguns sites e blogs mantidos por leigos católicos reproduziram a superficialidade dos debates sobre os candidatos ao executivo e não problematizaram o essencial: nenhuma lei é criada ou revista no país sem passar pela apreciação de deputados e senadores.

Alguns movimentos de leigos na Igreja que ajudaram a endemoninhar determinados candidatos ao executivo, por cartas abertas ou correntes de e-mail, esqueceram-se de que a aprovação de projetos de lei polêmicos como a legalização do aborto ou a pena de morte, por exemplo, passam pelo crivo do Congresso Nacional, como bem esclarece o artigo 66, da Constituição: “A casa (Câmara dos Deputados ou Senado) na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República que, aquiescendo (aprovando), o sancionará (confirmará)”. Portanto, como também destaca o inciso IV, do 84° artigo da Constituição, o presidente sanciona, promulga, publica e sugere leis, mas quem as discute e aprova é o Congresso.

A eleição expressiva de Tiririca deixa o alerta de que os formadores de opinião – sejam eles católicos, de outras religiões, agnósticos ou ateus - precisam problematizar os fatos políticos com repertório teórico e não apenas com a reprodução de discussões superficiais. Para nós católicos, nunca estarão em desuso as recomendações “Votar Bem”, externadas pelos bispos do Regional Sul 1 da CNBB, que sugerem que observemos o comprometimento dos legisladores com as questões como a superação da pobreza, melhor distribuição de renda, promoção de melhorias na educação, saúde, moradia, saneamento básico, segurança pública, superação da violência e de políticas que respeitem a vida e o meio ambiente.

domingo, 3 de outubro de 2010

Mutirão bíblico mobiliza fiéis no setor Jaraguá

Por Anderson Braz, pela Pascom Brasilândia

Os setores pastorais da Região Episcopal Brasilândia realizaram no domingo, 26 de setembro, o encerramento do mês na bíblia em Mutirão Bíblico. No Setor Jaraguá, a celebração começou pontualmente às 14h na Comunidade São Pedro, pertencente à paróquia Nossa Senhora da Conceição, no bairro Cidade D’Abril.

Dezenas de fiéis da própria paróquia e das outras igrejas do setor – Nossa Senhora da Paz, Mãe e Rainha, São Luis Maria de Montfort – estiveram presentes à celebração que refletiu o livro de Jonas “Misericórdia de Deus... Chamando à nossa conversão”.

A luz do lema do Mutirão “Levanta-te e vai a grande cidade”, o celebrante, padre Severino, estimulou os presentes a refletirem sobre as necessidades locais e clamou para que se atentem ao clamor dos excluídos diante das indiferenças, que às vezes começam nas próprias comunidades e paróquias, e são contrárias ao propósito de Deus. “Ele não faz não faz distinção e pede iniciativas fraternas e concretas de nossa parte, como fez na palavra de hoje Jonas”, destacou.

Nesse clima, os presentes rezaram o ato penitencial rememorando falhas e ausências. Posteriormente, representantes das paróquias e comunidades do setor alternaram-se na proclamação da Palavra e nas preces. Houve ainda um forte momento da Dinâmica em que os presentes acenderam finas velas e repassaram a luz uns aos outros simbolizando a responsabilidade de sermos luz nos dias de hoje, como o apóstolo Jonas foi a sua época. Formou-se um grande círculo, muito iluminado

No momento das ofertas, aconteceu a entrada de uma cesta de frutas, como sinal para que cada presente seja um bom fruto da palavra. Ainda com as velas acesas, o celebrante convidou a todos para que segurassem nas mãos dos outros, em sinal de missão. Depois, todos deixaram a Capela em uma grande corrente de luz até o salão de eventos da Comunidade, onde aconteceu o último ato do Mutirão, quando houve a partilha das frutas trazidas pelas comunidades. Após uma hora e meia de atividade, o Mutirão Bíblico 2010 no setor Jaraguá terminou com uma Ave Maria.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Juventude da Brasilândia realiza assembléia regional

Por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

Lideranças dos grupos de base e das coordenações paroquiais da Pastoral da Juventude (PJ) realizaram na tarde do domingo, 19 de setembro, uma assembléia regional com objetivo de avaliar a caminhada de 2010 e traçar metas para 2011.

Com muita alegria e descontração os jovens foram chegando, e aos poucos ocuparam o salão da Igreja Nossa Senhora da Expectação, na Freguesia do Ó. Durante a apresentação, cada um falou o nome e a comunidade ou grupo que pertence e contou sobre outras atividades que realiza na Igreja. Muitos são catequistas, outros fazem parte da equipe de liturgia, ministério da musica, cerimoniários, monitores de crisma, e alguns, estão se preparando para serem ministros da eucaristia.

Após a apresentação, o coordenador regional da PJ Anderson Bueno, falou dos objetivos do evento. O primeiro assunto foi sobre o DNJ (Dia Nacional da Juventude) que acorre no ultimo domingo de outubro. “Todos sabemos que o tema do dia nacional da Juventude deste ano é a campanha contra o extermínio da Juventude”, lembrou. Leandro Silva, conselheiro tutelar, comentou sobre o assunto e explicou o papel da mídia neste cenário e como a juventude pode ser protagonista.

Um dos momentos marcantes da atividade ocorreu quando cada jovem deixou a sua marca na bandeira da PJ. Aos poucos a bandeira foi ganhando um novo visual: eram as mãos dos jovens da Pastoral da Juventude assumindo o compromisso de defender a paz e dizer não à violência.

Depois deste momento de mística e compromisso, os jovens passaram a debater sobre os motivos que levam a maioria da juventude a perder o interesse pelo grupo de jovens e a não participar da vida da comunidade. Anderson Bueno lembrou que a PJ regional passa por um momento de reiteração. Em alguns setores o surgiram novas lideranças que estão impulsionando a organização da juventude. Outros estão retomando aos poucos a articulação e formando novos grupos.

O coordenador da PJ regional ressaltou que os padres, diáconos, seminaristas e as religiosas têm um papel fundamental na formação da juventude, organização dos grupos e as coordenações. Os jovens necessitam de acompanhamento, de incentivo de apoio de pessoas amigas. “Diante deste quadro se faz necessário apontar atividades que sejam atrativas e que ao mesmo tempo possibilitam o fortalecimento da caminhada dos jovens”, destacou

Para apontar estas alternativas, os jovens realizaram os grupos de trabalho durante a assembléia e apontaram propostas. Para encerrar, a bandeira da PJ foi colocada no centro e houve a reafirmação do compromisso de lutar pela Paz.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Igreja Católica não é cabo eleitoral de ninguém

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Como tem sido comum desde a redemocratização da sociedade brasileira nos anos 1980, a Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil não faz campanha para político algum. Nestas eleições, a conduta da Instituição não é diferente, apesar de as impressões pessoais de alguns religiosos terem sido, equivocadamente, divulgadas como posicionamento oficial da Igreja.

Em 19 de julho, por exemplo, o bispo de Guarulhos (SP), dom Luiz Gonzaga Bergonzini, publicou uma carta na qual expôs argumentos para que os fiéis não votassem na candidata a presidência da república Dilma Rousseff. Horas depois, sem o mínimo de checagem jornalística, os principais sites e jornais do país publicavam em letras garrafais manchetes como “CNBB pede que cristãos não votem em Dilma”.

Equivocadamente, ou por questões obscuras do ambiente político, parte significativa da grande mídia transformou uma opinião pessoal em posicionamento oficial da CNBB. Algo lamentável e totalmente sem sentido, já que desde o começo do período eleitoral a Igreja tem explicitado que não apoia ou repudia candidaturas, mas sim instrumentaliza os fiéis para que discutam, democraticamente, as propostas políticas que se apresentam para a gestão do país e dos estados brasileiros.

Como sujeitos sociais, padres, bispos e leigos são livres para expressar aquilo que pensam - algo que o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) chamou de uso público razão. No entanto, ao se posicionarem em nome da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil devem estar em sintonia com as diretrizes colocadas a respeito de tal temática – o chamado uso privado da razão, pelo mesmo filósofo.

Na quinta-feira, 16 de setembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, divulgou nota à imprensa na qual esclarece quem se manifesta em nome da Conferência. “Falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência. O único pronunciamento oficial da CNBB sobre as eleições/2010 é a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada pela 48ª Assembleia Geral da CNBB, deste ano, cujo conteúdo permanece como orientação neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País”, aponta um dos trechos da nota assinada por dom Geraldo Lyrio Rocha (presidente da CNBB), dom Luiz Soares Vieira (vice-presidente) e dom Dimas Lara Barbosa (secretário geral).

Na mesma nota, a CNBB encoraja os fiéis para que participarem conscientemente do processo eleitoral. “Por isso, incentivamos a que todos participem e expressem, através do voto ético, esclarecido e consciente, a sua cidadania nas próximas eleições, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana. Em particular, encorajamos os leigos e as leigas da nossa Igreja a que assumam ativamente seu papel de cidadãos colaborando na construção de um País melhor para todos”, diz o texto.

O Blog da Pascom Brasilândia alerta aos leigos que nenhum canal de comunicação oficial da Igreja Católica está autorizado a realizar campanha política para candidato algum, o que não impede, no entanto, de que haja o levantamento das demandas locais e nacionais que assolam em especial a população mais carente e sejam promovidos, em comunidades e paróquias, encontros entre candidatos, nos quais todas as legendas políticas estejam representadas e tenham igual poder de voz.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Todo eleitor é cidadão e tem igual valor, certo?

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Patético. Essa palavra resume o comportamento de seis candidatos ao governo de São Paulo que confirmaram presença em um debate com a população em situação de rua na capital, mas não compareceram ao encontro na manhã de 09 de setembro.

Aloizio Mercandante (PT), Celso Russomano (PP), Fábio Feldman (PV), Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Búfalo (PSOL) e Paulo Skaf (PSB), todos sempre presentes aos debates e entrevistas em jornais, rádios e tevês, não deram a mínima satisfação ao movimento dos moradores em situação de rua. Somente alguns candidatos ao legislativo estadual e municipal “deram uma passadinha no evento”. Em sinal de protesto, os presentes deram as costas para a mesa onde deveriam estar os debatedores.

Por que não compareceram? Foi a pergunta que ficou no ar, já que nenhum dos candidatos tinha compromisso agendado para aquela manhã. Seria o medo de assinar o termo de compromisso elaborado pelo movimento dos moradores em situação de rua? Ou a crença, preconceituosa, de que os moradores em situação de rua têm pouco valor por não serem formadores de opinião e não interferem nos destinos financeiros e sociais do estado e do país? Por quê não foram, afinal?

Seja lá quais forem as justificativas, se é que elas virão, nunca é demais lembrar a alguns políticos que o artigo 5° da Constituição da República Federativa do Brasil coloca todos os brasileiros com iguais direitos perante a lei. Além disso, obviamente, a urna eletrônica não dá peso “2” a voto de rico e peso “1” ao voto dos excluídos. Ao menos nesse momento, todos são iguais na democracia.

No cotidiano das estratégias e do marketing político deve ser “muito mais benéfico” ir à tevê e falar aos 50,5% dos brasileiros, cerca de 94,9 milhões de pessoas, que hoje fazem parte da classe C de consumo, conforme pesquisa divulgada em 10 de setembro pela Fundação Getúlio Vargas, FGV. Afinal, é para essa classe média - onde muito provavelmente, eu e você, leitor, estamos inclusos – que os políticos direcionam seus discursos eleitorais, pois a conquista da maior parte desses eleitores pode decidir a eleição.

O mais lamentável é que quando muitos desses políticos chegam ao poder, felizmente há exceções à danosa regra, os interesses públicos ficam relegados em segundo plano. Um levantamento do Movimento Nossa São Paulo, feito durante todo o mês de agosto na Câmara Municipal de São Paulo revelou que dos 114 projetos de lei apresentados pelos vereadores, 22 são para dar nome a ruas e equipamentos públicos, 19 são para concessão de títulos e homenagens e outros cinco acrescentam datas comemorativas ao calendário da cidade. Em resumo, mais de 40% dos projetos não trarão melhoria qualquer para a vida do morador da cidade.

Que essas situações, constatações e reflexões não sejam esquecidas em 03 de outubro. E que a cobrança sobre os eleitos permaneça após as eleições.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Congresso sob a ótica dos leigos

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

“A nossa Igreja é uma igreja leiga porque é constituída em sua maioria por cristãos batizados com vocação a ser fermento, sal e luz (...) é no mundo que nós devemos viver nossa missão”. Animados por essas e outras explanações de dom Milton Kenan Júnior, bispo da Brasilândia, os leigos da região participaram no sábado, 28 de agosto, na paróquia São Luís Gonzaga, setor Pereira Barreto, da missa de encerramento da etapa regional do 1° Congresso Arquidiocesano de Leigos.

Após 15 oficinas temáticas, nas quais se fizeram presentes mais de 1.300 pessoas, e dezenas de encontros paroquiais, a etapa regional do Congresso recebeu avaliações positivas e algumas críticas construtivas dos leigos.

“Participei apenas de uma oficina, a de anúncio querigmático. Gostei muito e vi a presença e a ação de Deus. Compreendi muito da minha realidade e tive a possibilidade de ver que a Igreja não existe apenas para rezarmos, mas também para agirmos e levarmos o Deus caridoso e misericordioso a todos os povos”, diz Robson Landim, da Capela São Paulo Apóstolo, Jaraguá.

“A minha avaliação é critica em relação ao congresso de leigos. Percebi, nas oficinas, o jeito de atuação de alguns dos nossos irmãos sem uma visão de projeto construtivo e ativo, mas com a obrigação de marcar presença. Sinto que falhamos, em algumas partes, mas não podemos desistir. Quero dar meus parabéns aos bispos, padres, diáconos, ministros não-ordenados, religiosos e religiosas, por terem assumido sua função e a desempenhado sempre com tanto ardor missionário. Evangelizar é viver a própria identidade de ser Igreja de Jesus Cristo” opina Cosme Laurentina, ministra na Capela Nossa Senhora Aparecida, setor Pereira Barreto.

Ao final dos trabalhos, com o envio dos delegados que representarão a Brasilândia na etapa arquidiocesana do Congresso há a perspectiva de que a voz dos leigos abra caminhos para a promoção de mudanças na Igreja em São Paulo. “Se as pessoas que se engajaram no Congresso de Leigos assumirem os compromissos com fé e força de vontade, acho que vai mudar muita coisa na Igreja. Eu estou otimista, pois nós que seremos delegados, vamos levar nossas propostas e sugerir mudanças”, avalia Dinalva Coelho, da Capela Bom Pastor, setor Pereira Barreto.

Nos meses de setembro e outubro, a Região Episcopal Brasilândia será representada em cada uma das oficinas temáticas arquidiocesanas do Congresso por 10 delegados leigos. O encerramento do 1° Congresso Arquidiocesano de Leigos acontece em 21 de novembro, às 14h, no Ginásio do Ibirapuera.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Caos sob rodas e trilhos na periferia

por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Imagine-se na seguinte situação, amigo leitor: você, cansado após mais um dia de trabalho e estudo, senta-se em um dos bancos de um ônibus urbano e começa ler um livro para por seus estudos em dia. O ônibus começa a andar, em alta velocidade, passa bruscamente por buracos e, de repente, você é obrigado a interromper sua leitura, porque o espelho auxiliar sob uma das portas do veículo cai sobre seu colo! E olha que sorte a sua: o espelho passou próximo da sua cabeça, mas não lhe atingiu.

Inimaginável? Ficção? Mais uma lenda urbana? Não! Realidade, que aconteceu comigo na noite de quarta-feira, 25 de agosto, na linha 971C Cohab, simplesmente na maior cidade do país. Evidentemente, imprevistos e acidentes acontecem com qualquer um, mas nesse caso, e em outros a que estão submetidos diariamente os paulistanos que utilizam o transporte público, o fenômeno pode ser resumido em duas expressões: desrespeito ao usuário e falta de manutenção preventiva.

Quase toda semana, especialmente em bairros periféricos como os da Região Brasilândia, os usuários de ônibus e trens pagam por um transporte coletivo desconfortável e ineficiente, que faz os trabalhadores perderem compromissos, estudantes se atrasarem para a escola, pacientes perderem horário de consultas, só para ficarmos em alguns exemplos.

Não é todo o dia que cai um espelho sobre o colo de um paulistano, mas pelo menos uma vez por semana, o trânsito fica mais lento na Cantídio Sampaio, uma das principais avenidas da região noroeste da cidade, porque um ônibus ou lotação está quebrado na via, muito estreita por sinal, e provoca congestionamento. Qual a fiscalização efetiva que é feita sobre esses veículos? Há uma preocupação com a manutenção preventiva da parte mecânica? Ou a ordem é “rodar até quebrar”?

Não menos dificuldades enfrentam os que se utilizam do transporte sobre trilhos na Região Brasilândia. Não temos Metrô. O projeto da linha 6 segue na fase de planejamento, a passos lentos. Aliás, a ausência de Metrô na Região, fruto de uma política que faz a cidade crescer só para um lado, foi um dos principais motivos para o “aborto” do estádio “Piritubão” para Copa de 2014, afinal de nada adiantaria ter uma arena ultramoderna, sem a infraestrutura de transportes eficientes por perto. E mais: Qual representante da FIFA teria coragem de viajar em um trem lotado da linha 7 da CPTM, às cinco ou seis horas da tarde, provável horário de alguns jogos da Copa?

A propósito, sobre os trens da Linha 7 da CPTM, na quinta-feira, 19 de agosto, cerca de 25 mil pessoas foram prejudicadas por um suposto defeito na alimentação da rede elétrica da linha entre as estações Jaraguá e Perus, que afetou a circulação dos trens por mais de duas horas. As plataformas das estações ficaram lotadas e houve registros de tumultos entre os usuários.

Mais que um problema operacional, o ocorrido tem relação direta com as prioridades de investimento do governo do estado na CPTM e no Metrô. No orçamento de 2008, por exemplo, metade do valor destinado ao Metrô foi aplicado na construção da Linha 4, Amarela, que circulará, na maior parte da extensão, por bairros centrais e nobres. Enquanto isso, houve a aplicação de apenas 8% dos recursos destinados a Linha 7 da CPTM. Os 92% restantes foram remanejados para outros projetos do “Expansão São Paulo”, talvez como parte dos R$ 4,6 milhões gastos em propaganda sobre o Metrô entre janeiro de 2007 e março de 2010, alta de 1800% ante os R$ 242 mil gastos até dezembro de 2006, conforme dados do Jornal da Tarde.

Segundo o governo do estado, a Linha 7 da CPTM receberá aprimoramentos até o final de 2010, com a reforma das estações de Francisco Morato e de Franco da Rocha, além da inauguração da estação da Vila Aurora, a promessa sobre essa última foi informada à reportagem do Blog da Pascom Brasilândia em dezembro do ano passado. Seguiremos de olho nas promessas e na deficitária estrutura do transporte coletivo na periferia de São Paulo e deixamos registrado, por fim, o mais recente compromisso assumido pelo governador Alberto Goldman, em 19 de agosto.

“A CPTM é ainda produto de um velho sistema, tem defeitos desse velho sistema. No prazo de um ano, dois anos, acredito, todo o sistema estará modernizado. Não é que não teremos mais falhas, elas existirão evidentemente, como há atualmente no Metrô. São equipamentos, são sistemas, são pessoas, ocorrem de fato incidentes, mas vão ocorrer muito menos”. Então tá, governador. Seguiremos à espera das melhorias.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Festa da Unidade encerra etapa regional do Congresso Arquidiocesano de Leigos

por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia
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A Região Episcopal Brasilândia realiza no sábado, 28 de agosto, na paróquia São Luis Gonzaga, setor Pereira Barreto, a Festa da Unidade 2010, missa solene anual que celebra a união das comunidades, paróquias e setores pastorais a serviço da Igreja. Este ano, a atividade será especial, pois marca o término da etapa regional do 1° Congresso de Leigos com o envio dos delegados da Brasilândia para as oficinas arquidiocesanas que acontece nos meses de setembro e outubro.
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Desde 05 de junho, data da primeira das 15 oficinas regionais, mais de 1.200 leigos participaram das discussões sobre os rumos que a Igreja Católica em São Paulo pode seguir, na busca por uma evangelização mais abrangente, acolhedora e participativa, que não se restrinja aos limites do templo de celebração.
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No decorrer das oficinas e também dos encontros paroquiais, os leigos da Brasilândia sinalizaram que a Igreja precisa estar atenta à realidade que a cerca. Os participantes apontaram situações que têm reduzido o impacto das recomendações da Igreja, como a pouca participação dos leigos batizados nos processos de organização popular, excesso de individualismo e competitividade das religiões no mundo do trabalho, despolitização das lideranças e falta de ardor coletivo para exigir que os políticos cumpram com as responsabilidades públicas inerentes ao cargo que ocupam.
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Muitos leigos também aproveitaram as oficinas para alertar sobre a degradação do meio ambiente - como a polução das águas, esgotos a céu aberto e falta de uma política de reciclagem eficaz; e para a necessidade de aprimoramentos nos serviços públicos de saúde. Houve ponderações também sobre as situações de injustiças, que dificilmente serão solucionadas apenas com doações aos necessitados, e que precisariam de atitudes mais efetivas que levem à emancipação de cada pessoa.
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Ao olhar para a Igreja Católica na Região Episcopal Brasilândia, os leigos manifestaram a necessidade de melhorias na gestão de comunicação, interna e externamente, solicitaram aprimoramentos nos processos de iniciação cristã, alertaram que é preciso renovar periodicamente as lideranças, pediram por maior difusão e freqüência das formações regionais e evidenciaram que o jovem ainda está distante da vida cristã, o que ocasiona impactos negativos em toda a sociedade.
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Após a realização de cada uma das oficinas regionais foi elaborada uma síntese de reflexões e propostas que serão encaminhadas às oficinas arquidiocesanas, onde serão debatidas a luz de orientações de documentos e diretrizes da Igreja. A Região Brasilândia terá 10 delegados em cada uma das oficinas arquidiocesanas. O envio destes será realizado na missa da Festa da Unidade que acontece no sábado, 28 de agosto, às 15h, na paróquia São Luis Gonzaga, localizada na Praça Dom Pedro Fulco Morvidi, 1, Vila Pereira Barreto, Pirituba. A celebração será transmitida ao vivo (tempo real) pelo Blog da Pascom Brasilândia.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Leigos pela caridade, justiça e solidariedade

Por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

Dois temas de cunho social fizeram parte da reflexão das oficinas que ocorreram nos dias 06 e 07 de agosto na Região Episcopal Brasilândia, como parte do processo em preparação ao 1º Congresso Arquidiocesano de Leigos.

Na noite da sexta-feira, 06 de agosto, com o tema Justiça e Solidariedade, foi realizada uma oficina na Igreja Santa Cruz de Itaberaba, coordenada pela equipe regional do Congresso, com assessoria do padre Alfredinho, da pastoral de Fé e Política.

O religioso suscitou diversas questões para o debate dos presentes, referente à prática dos cristãos na luta pela igualdade e cidadania. “Exigir e lutar para que a justiça social prevaleça é base evangélica. Está escrito na bíblia. É compromisso de todos os batizados”, destacou.

Durante a reflexão, os presentes opinaram sobre a temática e houve consenso de que o católico batizado precisa atender e participar dos processos de organização do povo. A justiça social é uma exigência evangélica.

No sábado, 07 de agosto, aconteceu no salão da Igreja Santos Apóstolos, a oficina com o tema Promoção da Caridade, comandada pela equipe da Cáritas Brasilândia e pela coordenação regional do congresso, com assessoria da professora PUC e da UNIBAN, Aldaísa Sposat. Cerca de 60 pessoas, na maioria lideranças ligadas as Obras Sociais e entidades assistenciais espalhadas pela Região, participaram desta oficina.

Aldaísa iniciou sua fala com um breve relato dos movimentos sociais e das lutas populares que originaram os grupos e as instituições hoje existentes na Igreja e que trabalham com as questões sociais e com a caridade. Ela ressaltou ainda que todas as situações que nascem de um determinado grupo, surgem a partir da luta popular, para posteriormente ter o reconhecimento do Estado na agenda pública. Portanto, as lutas sociais precisam de um atendimento e de um reconhecimento.

Na segunda parte da oficina, os grupos debateram as seguintes questões: O que distingue caridade de cidadania? Será que caridade não é também partilhar a condição de cidadão? O tema gerou reflexões sobre a missão dos cristãos na vida da comunidade e compromisso com a caridade. Nas falas dos representantes dos grupos apareceram desafios importantes. “Neste sentido a promoção da caridade precisa ir além do trabalho de ajudar as pessoas mais necessitadas com alimentos, roupas, remédios”, disse um dos presentes.

Também foi colocado em destaque que é dever de todos lutar para que as políticas públicas de Estado atendam essas demandas. Para isso, é necessário desenvolver ações de emancipação da pessoa. É preciso dar assistência imediata, mas há necessidade de se questionar os porquês de um determinado grupo estar sobre certa situação e condições de injustiça.

Fátima Giorlano, uma das líderes da Cáritas Brasilândia, lembrou do tripé que norteia as ações da Cáritas: Assistência, promoção e libertação. Se uma dessas dimensões não for alcançada, então os objetivos não serão contemplados. Ao final dessa oficina, assim como nas outras já realizadas, foram escolhidos os representantes para as oficinas em nível arquidiocesano.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Oficinas de leigos destacam educação e ecologia

Por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

Mais de 140 lideranças da Brasilândia preocupadas com a educação e o meio ambiente participaram das oficinas regionais do 1º Congresso Arquidiocesano de Leigos no sábado, 31 de julho.

Em uma manhã de sol e clima agradável, 80 pessoas, incluindo agentes de pastoral, professores e educadores das comunidades participaram da oficina de educação no convento Santa Lúcia Filippini. O tema gerador do debate foi o panorama atual da educação na cidade de São Paulo.

O diácono Abelardo Franco, assessor da pastoral da educação, fez a introdução ao tema, na qual apontou alguns desafios para a Pastoral da Educação regional, entre esses a relação com as escolas e com os professores. Ele também destacou que a Pastoral da Educação tem dialogado para tentar resolver os problemas recentes. “Esta oficina veio em boa hora. Considero bom espaço para aprofundar e avançar este debate”, comentou.

A coordenadora de educação da Freguesia do Ó/Casa Verde, professora Maria Antonieta Carneiro, fez suas ponderações no encontro, destacando a organização do sistema de educação no município. Após um pequeno intervalo para o “cafezinho”, os participantes foram divididos em grupos para refletir sobre o panorama da educação, a partir de perguntas norteadoras.

Ainda no sábado, 31 de julho, na parte da tarde, ocorreu a oficina sobre ecologia no salão da Igreja Nossa Senhora da Expectação, Setor Freguesia do Ó. O encontro teve por tema ‘somos o sal da terra e luz do mundo”, sob a coordenação e animação da comissão regional do Congresso de Leigos e da equipe regional da Pastoral da Ecologia.

Ao chegar ao local da Oficina, os participantes encontraram um ambiente bem ecológico, com mudas de diversas espécies de plantas espalhadas pela sala. Cerca de 60 pessoas participaram do evento. O coordenador regional da Pastoral da Ecologia, Edir, motivou a reflexão inicial pautado no texto de Mt,5,13. ”Somos sal da terra e luz do mundo”. Edir ressaltou a necessidade de que sejamos este sal que dá sabor às coisas, que dá sentido a vida, e a luz que ilumina e aponta caminhos. Por isso, todos devem atuar na busca de meios para salvar o planeta.

Os membros da equipe regional Marcos Meneses e Anderson Campos conduziram a reflexão sobre o tema, quando apresentaram o trabalho da Pastoral na Região e abordaram as problemáticas ecológicas em âmbito local, municipal e mundial, tais como a situação da água, dos esgotos a céu aberto e outras degradações ambientais.

A problemática da reciclagem também foi tratada, especialmente no que se refere aos materiais pesados e altamente perigosos como baterias, eletrônicos, que são descartados de qualquer maneira. Também foi falado do projeto de coleta de óleo de cozinha, ainda descartado no ralo da pia ou colocado no esgoto em muitas residências.

As propostas das duas oficinas serão encaminhadas para o relatório final. Também foram escolhidos os representantes para as oficinas que irão acontecer na Arquidiocese.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pascom Brasilândia atenta às eleições 2010

por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Os mais de 1,25 milhão de habitantes dos bairros que abrangem a Região Episcopal Brasilândia convivem diariamente com problemas decorrentes da ineficiência dos serviços públicos nas áreas da saúde, educação, assistência social, meio ambiente, habitação, transporte, entre outros. A cada dois anos, por força das eleições – estadual, federal ou municipal – esses entraves cotidianos aparecem em destaque, para serem solucionados, por aqueles que pleiteiam cargos executivos e legislativos.

A partir de agora, com a intensificação das campanhas eleitorais até fins de outubro, diversos candidatos estarão presentes na Região Brasilândia, alguns com propostas concretas de melhorias, já outros com os tradicionais discursos vazios e eleitoreiros.

Diante dessa realidade, o Blog da Pascom Brasilândia, assim como fez nas eleições de 2008, fornecerá a você, internauta e eleitor, a possibilidade de acessar os sites e blogs dos nove candidatos a presidente da república e dos nove postulantes ao governo do estado de São Paulo.

Disponibilizaremos esse acesso ao link dos candidatos, na seção Eixo Temático. Junto a isso, nesse mesmo espaço, resgataremos algumas das demandas locais constatadas pela Região Episcopal Brasilândia no documento “O olhar e as propostas da Região Episcopal Brasilândia nas eleições municipais de 2008”.

A maioria das carências apontadas há dois anos permanece atual e devem estar na pauta dos que desejam o voto dos eleitores da Brasilândia: filas em hospitais e pronto-socorros; morosidade quanto à regularização de loteamentos; remoção, sem planejamento, de famílias que habitam áreas de risco; escolas com instalações precárias e falta de aportes tecnológicos, tímida ampliação dos serviços sócio-assistenciais, reduzidas oportunidades de trabalho para os jovens na Região, trânsito caótico, transporte público pouco eficiente e ausência de políticas públicas de meio ambiente, em especial, sobre o lixo jogado na Serra da Cantareira.

A equipe do Blog da Pascom acredita que com essas duas iniciativas – links para os sites e blogs dos candidatos e resgate das demandas regionais – atuaremos em sintonia com as orientações da 73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB aos fiéis católicos, divulgadas em Aparecida do Norte (SP). “Procure conhecer os candidatos, sua história pessoal, suas idéias e as propostas defendidas por eles e os partidos aos quais estão filiados. Vote em candidatos que representem e defendam, depois de eleitos, as convicções que você também defende”, aponta um dos trechos do documento.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Combate à violência com criação de oportunidades

por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

Lideranças dos bairros Jardim Vista Alegre, Elisa Maria, Damasceno, Paulistano e Vila Brasilândia participaram do 2° Seminário Regional realizado em 13 de julho na Cúria Regional.

A proposta central do evento foi debater um projeto de economia solidária que seja capaz de prevenir a violência, e que deverá ser implementado já no mês de agosto, com orientação do PRONASC, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, e coordenação do Instituto Integra para o Desenvolvimento, em parceria com a Cáritas Brasileira, Pastoral Carcerária, Instituto Polis, NAPES (Núcleo de Ação e Pesquisa em Economia Solidária), Universidade São Francisco, Palmas Athena, UNISOL (Central de Empreendimento em Economia Solidaria), FUNAP, entre outros.

Os cinco bairros da Brasilândia indicados foram considerados pelo PONASCI como os de maior índice de egressos, ou seja, pessoas que já estiveram presas e estão de volta à vida em sociedade.

O projeto de prevenção tem como objetivo articular políticas de segurança com ações sociais, também prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segurança pública.

Articular e criar redes de parceiros locais, através da promoção da cultura da paz e solidariedade, juntando as iniciativas já existentes, é uma das metas, bem como sensibilizar e mobilizar a comunidade, divulgando e difundindo a Cultura de Paz, os objetivos da Economia Solidária e do PRONASCI, além de mapear e desenvolver diagnósticos locais, identificando as potencialidades locais; e possibilitar a constituição e o fortalecimento de empreendimentos econômicos solidários e associações.

Para garantir que esses objetivos sejam concretizados haverá um agente contratado pelo programa em cada um dos cinco bairros, que fará o papel de articulador local para fortalecer a relação das redes do projeto.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cantareira: um sonho que se tornou realidade

por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

Depois de quase 12 anos de luta e persistência, as comunidades da Brasilândia celebram a volta da rádio comunitária Cantareira FM 87,5, mantida pela Associação Cantareira. A inauguração oficial da emissora acontece no domingo, 18 de julho.

A ideia de montar a rádio nasceu em abril de 1995, por iniciativa de Cilto Jose Rosembach, José Eduardo de Sousa, Cláudio Trudelli, e lideranças das comunidades da paróquia Imaculado Coração de Maria, Jardim Vista Alegre, que perceberam a necessidade de comunicar com o povo, por um meio local e acessível.

A montagem durou quase seis meses, com reuniões periódicas com as comunidades e representantes de entidades da Região. No dia 08 de setembro daquele ano, a 1ª Rádio Comunitária da Brasilândia entrou no ar, localizada na Rua Nortelândia, 93, Jardim Vista Alegre. Foi uma grande festa. As comunidades fizeram fila para conhecer o local das transmissões e a Cantareira passou a ser um ponto de referência de comunicação popular.

Era gratificante para a comissão organizadora ver a satisfação da comunidade e o empenho para que o projeto desse certo, mas vieram as dificuldades e desafios. Um deles, a manutenção financeira da rádio, em meio às comunidades pequenas e quase sem estrutura. Também era necessário ter uma entidade mantenedora, além de garantir, minimamente, a formação das equipes de comunicadores.

Não bastassem essas questões, veio a perseguição da Policia Federal. Foram quase três anos de mobilização com caminhadas, manifestações, diversas caravanas a Brasília exigindo o fim da repressão e a regulamentação das rádios comunitárias. Houve uma intensa participação da equipe de comunicadores e lideranças das comunidades. Nessa época, a Rádio Cantareira era associada da ANCARC (Associação Nacional Católica de Rádios Comunitárias), que teve papel importante na construção da lei 9.612/98, que regulamentou o serviço de radio difusão comunitária no Brasil.

Em agosto de 1998, logo após a regulamentação da lei, a Associação Cantareira deu entrada com a documentação para a regularização da emissora. O processo demorou mais de 12 anos. Em dezembro de 2006, quando a Anatel definiu o canal para as comunitárias em São Paulo, foi expedido pelo Ministério das Comunicações o 1º aviso de habilitação. Mais de 317 entidades manifestaram interesse. Porém, só continuaram no processo 120 que estavam com a documentação em dia.

Posteriormente, veio a disputa política local. A lista das 120 habilitadas na 1ª fase agrupava as entidades mais próximas. No grupo da Rádio Cantareira havia mais três. Após longa reflexão, o Ministério das Comunicações concedeu à Associação o direito de executar o serviço de rádio difusão comunitária no distrito de Brasilândia. A fase seguinte foi a adequação do projeto técnico.

Vencidas todas as etapas, em 17 de dezembro de 2009, foi publicado no Diário Oficial da União a autorização de funcionamento da Rádio Cantadeira. No entanto, ainda era necessário aguardar que os deputados e senadores votassem. Em maio deste ano, chegou a autorização do Congresso Nacional e na semana passada a rádio recebeu a aprovação do Senado.

Agora, a Rádio Cantareira pode ser sintonizada na freqüência 87,5 FM e também parte da programação estará na Web rádio, www.radiocantareira.org. A inauguração da emissora acontece em 18 de julho, às 15h, em ato solene. Participe. A Associação está localizada na Rua Jorge Pires Ramalho, 71, Vila Isabel. Outras informações pelo telefone 3921 7586.

sábado, 10 de julho de 2010

Leigos pela Comunicação Social e Iniciação Cristã

por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

Final de semana de mobilização na Brasilândia pelo 1° Congresso Arquidiocesano de Leigos. Em clima de alegria e compromisso social, ocorreram duas oficinas de leigos: no sábado, 03 de julho, sobre Comunicação Social, e no domingo, 04,o tema em destaque foi a Iniciação Cristã.

Mais de 40 lideranças de todos os setores pastorais da Brasilândia participaram da oficina de Comunicação Social, na sede da Associação Cantareira, Vila Isabel, com assessoria da equipe regional da Pastoral da Comunicação. Padre Jaime Isidoro Sena, coordenador regional de Pastoral fez a abertura dando as boas vindas e conduziu o momento de oração e apresentou um breve relato sobre o histórico do Congresso de Leigos.

Na sequência, o padre Cilto José Rosembach, assessor regional da Pascom, conduziu a reflexão sobre o tema. Ele destacou alguns pontos relevantes da comunicação no âmbito social e interpessoal, destacando os processos de comunicação humana, que envolvem a troca de informações. O assessor e os participantes indicaram as iniciativas de comunicação já existentes na região Brasilândia, tais como: cruz, sino da igreja e uso de datashow nas missas e celebrações; difusão de informações em jornais, sites, blogs, quadros de avisos, rádios, cartazes, banners, faixas, som de rua, lousa; além de camisetas temáticas, músicas, teatro e símbolos diversos. Sobre a comunicação da Igreja no Brasil, Cilto pontuou sobre as orientações que estão sendo elaboradas nas diretrizes de comunicação da Igreja Católica no Brasil.

Diversas propostas foram apontadas pelos presentes para melhorar a comunicação da Igreja na Brasilândia, entre as quais: maior inserção dos jovens nos planos de comunicação regionais e paroquiais; definição de custos com a comunicação nas comunidades, paróquias e na Região; estimulo à formação de grupos de estudos sobre temas sociais, culturais e de evangelização; dinamização de linguagem e de atualização do site REBRA; uso mais intenso de blogs, sites e jornais da Região; Mapeamento da comunicação nas comunidades; aprimoramento dos meios internos de comunicação nas igrejas, tais como painéis, murais e recados ao final das missas; Acolhida aos profissionais de comunicação para que atuem nas comunidades.

No domingo, 04 de julho, mais de 130 pessoas, entre catequistas, padres, religiosas e lideranças estiveram na oficina de iniciação cristã, na igreja N. Sra da Expectação, setor Freguesia do Ó.

Na abertura dos trabalhos, a leiga Dorialva da Graça Lima, fez memória da atuação dos leigos na missão da Igreja, e resgatou todo o processo de realização do 1º Congresso de Leigos de São Paulo. As Questões que nortearam a reflexão da oficina foram: O que se entende por iniciação cristã e como fazer acontecer na prática nas comunidades? Quais os desafios? O que fazer para as pastorais possa trabalhar em conjunto?

Os participantes apresentaram propostas para a melhoraria do trabalho da equipe regional da catequese e indicar respostas para as inúmeras perguntas que são levantadas rotineiramente nas comunidades sobre o processo de iniciação cristã. No final as duas oficinas, houve a escolha dos representantes para as oficinas que acontecem em nível arquidiocesano.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Urgente: a Brasilândia precisa de mais creches

por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

“Atender 100% das crianças cadastradas em creches (zero a três anos)”. A promessa do prefeito Gilberto Kassab (DEM), durante as últimas eleições, dificilmente será cumprida até o fim de sua gestão em 2012. Dados da Associação Transparência Municipal, divulgados em abril, apontam que mais de 78 mil crianças aguardam por vagas em creches na capital. Só em 2010, 11 mil crianças entraram na fila de espera.

No comparativo com 2009, a prefeitura matriculou 7.000 mil crianças a mais, porém o número de vagas nas creches ainda é insuficiente, pois para atender a demanda seria preciso criar anualmente cerca de 26 mil novas vagas. De janeiro de 2009 a junho de 2010, por exemplo, somente o conselho tutelar da Freguesia do Ó/Brasilândia, emitiu 534 representações contra a Diretoria Regional de Ensino (DRE) na busca por vagas nos Centros de Educação Infantil da prefeitura.

“A quantidade de vagas é insuficiente e a demanda tem sido enviada para unidades de ensino a mais de dois quilômetros da casa dos alunos. O número de crianças fora das CEIs diminuiu, porém os estudantes estão muito longe de suas casas e isto implica em evasão escolar”, constata Leandro Silva, conselheiro tutelar na Freguesia do Ó/Brasilândia.

O problema relatado não é novidade. Durante as eleições de 2008, a Igreja na Região Episcopal Brasilândia produziu um documento sobre as demandas públicas na Região no qual alertava que a situação da educação fundamental é marcada pela precariedade das instalações físicas, superlotação das salas, grande distância físicas entre as escolas e as comunidades, por exemplo. O documento, entregue aos candidatos daquele pleito, destacava a necessidade de ampliar o número de creches diretas na Região e de aumentar o valor repassado às creches conveniadas.

Historicamente, uma das alternativas da prefeitura para suprir o déficit de creches é estabelecer convênios, renováveis a cada dois anos e meio, com ONGs da área da educação. A entidade Obras Sociais do Jardim Vista Alegre é uma das conveniadas e atualmente atende 200 crianças. No bairro da zona noroeste da cidade há apenas uma CEI onde estudam 135 crianças, mas a procura por vagas é bem maior.

“A demanda é muito alta e não temos vagas suficientes. Acredito que mais de 10 mil crianças estão sem creche na Região Brasilândia. O ideal é que a prefeitura construa novos prédios e assuma a administração das CEIs, pois só ter creches em entidades conveniadas não resolve, embora façamos o melhor trabalho possível”, opina Zita Vidal da Silva Andrade, presidente da entidade Obras Sociais do Jardim Vista Alegre.

Dados da Secretaria Municipal da Educação (SME) divulgados em junho de 2009 indicam que 119 mil crianças estão matriculadas em creches conveniadas ou administradas pela prefeitura. Nas 100 creches coordenadas pela DRE da Freguesia/Brasilândia estudam mais de 8.400 crianças e nas 93 da DRE de Pirituba são atendidas mais de 9.500 crianças de zero a três anos. Segundo informações do portal da SME, cada turma tem em média 10 alunos.

“A prefeitura tem se desdobrado para zerar o déficit de vagas, mas há um excesso de convênios o que impede que tenhamos equipamentos efetivamente públicos. As creches conveniadas são casas comuns, locais comunitários adaptados o que tira da criança a referência de espaço de educação”, avalia Leandro Silva.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, em seu artigo 54, determina que os governos federal, estadual e municipal assegurarem atendimento em creche e pré-escola para crianças de zero a seis anos. Em São Paulo e na Brasilândia, essa garantia legal não está sendo cumprida e as eleições 2010 são um ótimo momento para que os candidatos apresentem propostas concretas de resolução do problema.

sábado, 26 de junho de 2010

Trabalho e Responsabilidades Públicas em foco

por Juçara Terezinha e Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Lideranças das comunidades marcam presença nos debates sobre o mundo do trabalho e responsabilidades públicas promovidos na Região Brasilândia. Na noite de 18 de junho, na Igreja São José, setor Perus, aconteceu a 2ª oficina regional do Congresso de Leigos com o tema o Mundo do Trabalho. Mais de 50 pessoas participaram da atividade.

A oficina, motivada pela equipe regional da pastoral Operária e coordenada pelos padres Jaime Izidoro de Sena e José Domingos Bragheto, contou com ajuda do sindicalista Waldemar Rossi, que fez uma memória trazendo presente às lutas da classe trabalhadora, conquistas, bem como a importância do papel da Igreja católica na organização e formação dos trabalhadores.

Durante o momento do Julgar, os participantes, iluminados pela palavra de Deus, destacaram a importância da atuação dos batizados no mundo do trabalho em defesa dos direitos conquistados historicamente. Houve a constatação de que as ideias cristãs são combatidas ou deixadas de lado no ambiente de trabalho, as pessoas são desrespeitadas, há muito individualismo e competitividade entre as religiões. Além disso, os meios de comunicação não ajudam a criar uma consciência de união.

Como compromisso para Agir, a plenária defendeu a criação de grupos de debate sobre a fé cristã no ambiente de trabalho e uma maior clareza do que é ser cristão. Os exemplos de vida podem ser maneiras eficazes de evangelização, por meio do acolhimento do maior número possível de testemunhos de fé e perseverança.

Realizada na manhã de sábado, 19 de junho, a oficina temática sobre Responsabilidades públicas atraiu 40 pessoas, de seis setores pastorais, ao salão da igreja Santo Antônio, setor Nova Esperança. A animação foi da equipe regional de Fé Política, sob a coordenação dos padres Daniel Francis e Jaime Izidoro de Sena.

Padre Daniel alertou sobre o papel dos batizados com as responsabilidades públicas e destacou que o Brasil tem uma boa legislação, que em muitos casos não é cumprida pelo poder público, mas a sociedade pouco se mobiliza para reagir, demonstrando a falta de coletividade para resolver os problemas.

Durante as etapas de reflexões entre os presentes, houve menção à pouca participação das comunidades católicas nas lutas pelos direitos coletivos. Questões como situação das crianças e adolescentes, dos jovens, das mulheres, do meio ambiente e da violência foram as mais apontadas, assim como a falta de creches, escolas, áreas de lazer, núcleos profissionalizantes e a ausência de profissionais de saúde em postos e hospitais.

Os participantes observaram que a falta de ações conjuntas tem enfraquecido as lutas, desmobilizado a sociedade e despolitizado às lideranças. Para modificar essa realidade, foram apresentadas propostas como a criação de comissões de trabalho em âmbito paroquial, regional e arquidiocesano, organização de associações de bairro em parceria com a Igreja, realização de abaixo-assinados para novos projetos de lei, momentos para partilhar de soluções e problemas com os grupos de ruas e comunidades.

Os debates realizados nas duas oficinas estão registrados nas atas das atividades que já estão em posse da Cúria Regional. Em cada um dos eventos também foram escolhidos 10 delegados que participaram de oficinas similares em âmbito arquidiocesano.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Festas Juninas: tradição também na Brasilândia

por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

Em 1603, alguns padres jesuítas no Brasil decidiram realizar em solo nacional uma festa já tradicional em países católicos europeus que homenageava São João Batista. Em volta de uma fogueira - tal qual a que teria sido feita por Isabel na noite do nascimento de João Batista – os jesuítas dançavam e se divertiam na até então chamada festa Joanina.

Com o tempo a festa virou junina (celebrada em junho e por muitas vezes esticada até julho) e além rememorar São João, em 24 de junho, homenageia Santo Antônio, 13, e São Pedro, 29. Na Região Brasilândia, esse momento de celebração, cultura e entretenimento será realizado em pelos menos seis paróquias: São José Operário (setor Cântaros), Santa Cruz de Itaberaba (Freguesia do Ó), Nossa Senhora Mãe e Rainha (Jaraguá), São Luis Gonzaga, São Judas Tadeu, e Nossa Senhora das Dores (as três últimas no setor Pereira Barreto).

As festas juninas, quermesses e “arraias” também se tornaram, a poucas décadas, eventos indispensáveis às paróquias e comunidades para a obteção de recursos financeiros que servem para manter as atividades da Igreja. Líderes de pastorais e voluntários – crianças, jovens ou idosos – se desdobram na montagem de barracas, preparação de comidas e bebidas típicas e nos ensaios da dança de quadrilha e outras manifestações culturais recém incorporadas aos festejos como danças country.

Antes que você confira abaixo a programação de festas juninas e similares na Região Brasilândia, mais uma curiosidade sobre a disposição das madeiras nas fogueiras: na de São Pedro, são montadas em grupos de três madeiras em forma de triângulo; na de Santo Antônio, forma-se um quadrado com as madeiras empilhadas em dois pares opostos; e na de São João, as madeiras formam um cone.


Festas Juninas divulgadas por paróquias da Região

São José Operário, setor Cântaros – 19 e 20 de junho – 19h
Rua Hugo Ítalo Merigo, 1.152, Jd. Damasceno (fone: 3923-7179)

Nossa Sra das Dores, setor Pereira Barreto – 26 de junho e 03 de julho – 19h
Avenida Elísio Teixeira Leite, 7.400, Taipas (fone: 3971-5386)

Santa Cruz de Itaberaba, setor Freguesia do Ó – dias 19 e 20 de junho – 16h
Avenida Itaberaba, 2.003, Vila Itaberaba (fone: 3924-0515)

Nossa Sra Mãe e Rainha, setor Jaraguá - aos finais de semana até 11 de julho – 19h
Av. Pinheiro D´Água, 435, Pq Panamericano (fone: 3941-1865)

- Comunidade Santo Antônio de Pádua – até 27de junho – 19h
Rua Ciríaco Jimenez, 192, Parque Nações Unidas

- Comunidade Sagrado Coração de Jesus – 27 de junho – 9h
Rua Sete, 29, Parque Panamericano

São Luís Gonzaga, setor Pereira Barreto – até 11 de julho (sábados às 18h; domingos às 17h)
Pça D. Pedro Fulco Morvidi, 1, Pirituba (fone: 3975-6790)

São Judas Tadeu – 19 de junho, às 19h (Missa Sertaneja e Festa do Milho)
Rua João Alves Pimenta, 152, Vila Miriam (fone: 3975-2121)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Leigos em defesa da saúde na Brasilândia

Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia (com informações da Cúria Regional)

A Região Brasilândia deu início no sábado, 05 de junho, à etapa de atividades regionais do 1° Congresso Arquidiocesano de Leigos, com a realização da oficina temática sobre saúde, nas dependências do hospital Vila Penteado.

Cerca de 90 pessoas estiveram presentes, entre os quais leigos de cinco dos sete setores paroquiais (São José Operário, Jaraguá, Nova Esperança, Pereira Barreto e Freguesia do Ó), além de voluntários da saúde, religiosos, enfermeiros e nutricionistas. As atividades foram conduzidas pelo padre Jorge Feltrin, coordenador da Pastoral da Saúde na Região e pelos integrantes da Comissão Regional do Congresso de Leigos na Brasilândia, coordenados pelo padre Jaime Izidoro de Sena.

Na abertura dos trabalhos, foi realizado um momento de espiritualidade, seguido pela apresentação dos objetivos do Congresso e da constatação da realidade do sistema público de saúde na Região Brasilândia. Houve ainda memória sobre a atuação da pastoral em âmbito regional, com destaques para as atividades de visitação aos doentes em casas e hospitais e entrega da comunhão e de remédio aos enfermos, trabalho que muita vezes é feito por agentes da pastoral que têm mais de 80 anos de idade e se mantêm ativos na vida da Igreja.

Durante as reflexões da oficina, padre Jorge Feltrin enfatizou a necessidade da manutenção dos conselhos gestores em cada posto de saúde e apontou a urgência de aprimoramentos nos serviços de saúde na Região, que tragam melhorias aos cidadãos (como no agendamento eletrônico de consultas e exames) e aos profissionais da saúde que trabalham em situação estressante.

O coordenador da Pastoral da Saúde Regional ainda defendeu a manutenção do SUS, elogiou o trabalho do Programa da Saúde da Família (PSF), alertou para a importância de uma alimentação saudável e defendeu ações de educação popular na área de saúde que sejam capazes de aproveitar a sabedoria dos idosos e disseminar conhecimentos sobre as propriedades e usos da terra, ervas e da medicina ancestral.

Os leigos também tiveram voz ativa na oficina temática sobre saúde. A senhora Josefa que atua como auxiliar no Hospital da Vila Penteado destacou: “A saúde que a saúde é direito de todos e dever do Estado, que deve acolher os doentes com atendimentos em hospitais e nas residências. Faltam hospitais e postos de saúde na Região. Precisamos arregaçar as mangas e cobrar do governo”.

Durante o encontro foi amadurecida a proposta de realização de debates em âmbito regional sobre os temas “Aprendizado e Liderança”, “Saúde Mental”, “Saúde no Estado de São Paulo”, “A situação nacional do SUS”, além de palestras com esclarecimentos sobre saúde bucal e atuação dos trabalhadores da saúde. Ao final da oficina, houve o anuncio dos 11 participantes da Brasilândia na Oficina Temática da Saúde em âmbito arquidiocesano. Todo o relato da atividade já está em posse da Cúria Regional.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

PJ na Brasilândia se rearticula para evangelizar

por Karla Maria, pela Pascom Brasilândia

A América Latina possui cerca de 104 milhões de jovens (entre 15 e 24 anos). Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 34% destes somente estudam, 33% só trabalham, 13% estudam ou trabalham e 20% não estudam e nem trabalham.

E na região Brasilândia? Quantos são nossos jovens? Quem são? Em quais situações se encontram? Anderson Bueno, atual coordenador da Pastoral da Juventude (PJ) na Região, fala do rosto da juventude na Brasilândia. “Os jovens de nossa Região têm carência de aparelhos de cultura, lazer, educação, habitação, saneamento, entre tantos outros problemas, que o Estado ainda não conseguiu suprir e tudo agravado por um modelo social que, ao invés de possibilitar aos jovens uma oportunidade de inserção, de igual para igual na sociedade, colocam-nos em uma situação passiva, marginal, mais perto de se tornarem vítimas das drogas e da violência”, analisa.

Coordenador da PJ desde março deste ano, Anderson Bueno revela as ações que estão em desenvolvimento para atrair os jovens na vida da Igreja. “Estamos em uma fase de buscar o apoio das comunidades e dos próprios jovens para podermos avançar, vamos conhecer a realidade dos setores para dar suporte mais imediato no trabalho com os grupos de jovens e depois trabalhar a PJ Orgânica, de uma forma macro, envolvendo os movimentos de juventude à luz do Documento 85 da CNBB, que fala da evangelização da juventude”, explica.

Anderson que vê grandes desafios pela frente na região episcopal. “Temos uma situação em que a maioria de nossas comunidades não consegue mais atrair os jovens; daqueles que recebem a Crisma, poucos permanecem para dar continuidade à vivência pastoral, já os jovens que persistem, não têm, em muitos casos, o incentivo da própria comunidade e formação para coordenarem os grupos de jovens, fazendo com que o grupo se dissolva por falta de um objetivo concreto”, avalia

O resgate da imagem da PJ na Região é uma das metas. “O maior desafio é resgatar a imagem da PJ na Igreja como uma pastoral forte, respeitada e com uma espiritualidade que une verdadeiramente fé e vida, fazendo com que os bispos, padres e as comunidades a apóiem. Em relação aos jovens, o maior desafio é fazer com que eles descubram a PJ como uma pastoral feita por eles e para eles, assumindo o trabalho pastoral como parte de suas vidas, dando um novo ânimo à Igreja”, desabafa. “Peço um voto de confiança aos padres e a paciência no sentido de que será possível desenvolver um grande trabalho em nossa querida Região, mas que para isso é necessário tempo”, solicita.

Como parte das atividades da PJ na região, aconteceu em 30 de maio, na Igreja Santa Cruz de Itaberaba, um encontro regional da Pastoral da Juventude, sob os temas "A mística da Pastoral da Juventude" e "Como realizar o trabalho de juventude na comunidade", com foco na formação e organização do grupo de jovens. Em 18 de julho, haverá uma Romaria Estadual da PJ, no Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP).

Memória da Pastoral da Juventude

A Pastoral Juventude Orgânica surgiu na década de 70 por iniciativa da CNBB, iluminada por um novo modelo de Igreja Latino-americana que vinha sendo construída através das conclusões e encaminhamentos das Conferências dos Bispos da América Latina de Medelin (1968) e Puebla (1979). Aos poucos surgiram as pastorais de juventude: PJ - Pastoral da Juventude, organiza-se a partir dos grupos nas comunidades; PJE - Pastoral da Juventude Estudantil, organiza-se a partir dos grupos nas escolas; PJMP - Pastoral da Juventude do Meio Popular, que se organiza a partir dos grupos do meio popular, tendo como referência a classe social; e PJR - Pastoral da Juventude Rural, organiza-se a partir dos grupos de jovens na zona rural.

sábado, 29 de maio de 2010

Encontros paroquiais de leigos mobilizam a Região

por Daniel Gomes
colaboraram Conceição Fernandes, Célia Morau e padre Domingos Bragheto


Todas as paróquias e áreas paroquiais da Região Brasilândia irão realizar até este último fim de semana de maio, os encontros paroquiais de leigos, por ocasião do 1° Congresso Arquidiocesano de Leigos. Em cada paróquia, são esperadas as lideranças das pastorais, movimentos e comunidades, agentes sociais dos bairros e todos os católicos, praticantes ou não, dispostos a avaliar as atividades da Igreja e dos cristãos em São Paulo.

No setor Pereira Barreto, as área paroquial Santo Antônio e as paróquias Nossa Senhora das Dores, Cristo Libertador e São Luís Gonzaga, divulgaram a programação de seus encontros. Ambos serão iniciados com uma palestra sobre o significado do 1° Congresso Arquidiocesano de Leigos, que tem como tema “Cristãos leigos, discípulos e missionários na cidade de São Paulo".

As paróquias Nossa Senhora das Dores e Cristo Libertador e a área paroquial Santo Antônio realizam o encontro, em conjunto, no sábado, 29 de maio, a partir das 15h, na igreja Cristo Libertador. “É uma chance única para os leigos, depois não adianta reclamar das decisões da Igreja. Todo mundo quer ser como o sacerdote ou apóstolo, mas poucos assumem a função de discípulos missionários”, comenta Cosme Laurentina, ministra da palavra.

Na paróquia São Luís Gonzaga em Pirituba, o encontro dos leigos está marcado para domingo, 30 de maio, às 16h. A teóloga e educadora Darialva da Graça Linge falará aos presentes sobre a importância do Congresso e o padre Palmiro Carlos Paes fará o fechamento da atividade com a celebração de uma missa solene na qual haverá ainda a coroação de Nossa Senhora Aparecida.

Muitas paróquias da Região Brasilândia já realizaram o encontro com os leigos. Na noite de 18 de maio, 60 pessoas participaram da atividade na igreja Santa Cruz de Itaberaba, setor Freguesia do Ó. No encontro, os participantes exaltaram a maior participação dos jovens na vida da Igreja, mas lamentaram o pouco interesse dos leigos e a quantidade insuficiente de padres e leigos consagrados para evangelizar. Na opinião dos presentes os principais desafios da Igreja são: divulgar melhor as atividades que realiza; integrar as ações das pastorais; acolher bem as novas pessoas que chegam à Igreja; capacitar os fiéis sobre os direitos e deveres que têm na vida religiosa; estimular que os leigos vivam o evangelho também em casa e na família e que vão ao encontro dos que mais necessitam de justiça e igualdade social.

No setor Perus, o encontro dos leigos da paróquia São José aconteceu na tarde de 23 de maio, com a participação das lideranças que representam as 13 CEBs veiculadas à paróquia, as pastorais e os movimentos eclesiais. Inicialmente, a explicação dos objetivos e das etapas do Congresso foram feiras pelo diácono Antônio Campineiro e depois os presentes reuniram-se em dois grupos. “Todos debateram questões relativas à presença ou ausência da ação missionária dos leigos na paróquia e na cidade. O relato dos grupos será enviado à comissão regional do Congresso, que posteriormente a encaminhará para a Arquidiocese”, explica o pároco José Domingos Bragheto.

Outra paróquia que já realizou o encontro com os leigos é a São Judas Tadeu, setor Nova Esperança. Em 15 de maio, 115 pessoas reuniram-se no salão da igreja e receberam informações sobre o Congresso, através do padre Pedro Ricardo Pieroni e dos leigos José Sérgio, Carminha, Adila, Cidinha, Lurdes e Evani, que integram a comissão paroquial do Congresso. Houve atenção especial à explicação dos objetivos do Congresso e dos assuntos que serão tratados nas oficinas temáticas regionais a partir de junho.

Após realizarem os encontros paroquiais com os leigos, todas as igrejas devem enviar o relato e as reflexões de cada encontro para a comissão regional do Congresso. Saiba mais sobre o 1° Congresso Arquidiocesano de leigos em http://www.congressodeleigos.org.br/

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