(Fotos: Carlinhos Souza)
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Na
manhã do domingo, dia 26, em uma atividade proposta pelo Centro Cultural da
Juventude (CCJ), localizado na Vila Nova Cachoeirinha, um grupo de 70 pessoas
visitou a aldeia indígena Tekoa Pyau, situada no Jaraguá, próxima ao Parque
Estadual.
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Presente
na cidade desde 1964, a aldeia guarani Tekoa Pyau (que significa tribo da
cachoeira) foi cortada ao meio pela Estrada Turística do Jaraguá, e hoje se
divide em duas aldeias, sendo a “de cima” ainda sem a demarcação da terra.
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A maior
luta hoje é o reconhecimento como terra indígena da parte de cima da aldeia. “A
falta da demarcação de terras nos impede de dar continuidade aos projetos da
aldeia e compromete o futuro de nossas crianças”, expressou o jovem cacique Vitor
Fernando Soares, que em guarani se chama “Carai Mirim”.
Em 1987, o governo
federal demarcou apenas a parte baixa da aldeia, e desde então, os indígenas aguardam o Ministério da Justiça expedir
a portaria declaratória, reconhecendo o local como território tradicional
indígena. A última etapa é a homologação pela Presidência da República.a
Em
vez de ocas, há casas de pau a pique e barracas improvisadas. Cerca de 180 famílias,
com aproximadamente 800 pessoas, sendo quase metade deste número de crianças e
adolescentes, sobrevivem em condições precárias: há lixo por várias partes da aldeia,
a rede de esgoto não funciona e o rio, que já foi limpo, é fonte de sustento, por
meio da pesca, mas está poluído. Sem contar com o grande número de cães e gatos
que são abandonados ali por moradores dos arredores. Vivem em condições
precárias.
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A
comunidade sobrevive de benefícios do governo e de doações de alimentos de
organizações não governamentais e da população local. E também da venda de seus artesanatos. A
Aldeia possui duas escolas e as crianças são alfabetizadas em duas línguas:
Português e Guarani. E também possui uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
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Durante
a visita, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da
cultura indígena, seus valores e suas crenças. Na casa da reza, local de
oração, em que os índios fazem suas preces todas as noites, eles puderam
presenciar um canto de agradecimento pelos bens e frutos que a natureza oferece.
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Para
a estudante, Louise De Villio, 20 anos, a atividade gerou reflexão. “Com a
visita, aprendi que políticas públicas não têm que só subir o morro ou sair do
asfalto, mas têm que entrar na mata também”, comentou.