terça-feira, 16 de junho de 2015

Reflexões sobre a regulação da mídia, a crise econômica e a reforma política foram os temas do encontro

Créditos: Juçara Terezinha

A Equipe da Fé e Política da Região Brasilândia realizou entre 14 e 16 de Maio, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, a Semana de Fé e Compromisso Social, com reflexões sobre a regulação da mídia, a crise econômica e a reforma política. Na primeira noite de atividade, o jornalista Altamiro Borges, coordenador do Centro de Estudos Barão de Itararé, analisou do poder da mídia comercial no processo de manipulação e “endurecimento” da sociedade.
Ele destacou a necessidade de o Brasil ter um marco regulatório das comunicações. “O fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação é um dos pontos que o projeto de lei de iniciativa popular está propondo. O Brasil está atrasado nessa questão. A lei que regula a comunicação no Brasil é de 1962”, comentou. Padre Cilto José Rosembach, assessor regional da Pastoral da Comunicação, trouxe para o debate a preocupação da Igreja Católica com relação aos meios de comunicação católicos e comunitários.
Ele destacou que o Diretório de Comunicação, documento 99 da CNBB, trouxe para a Igreja do Brasil uma linha de reflexão sobre a comunicação, e sobre o desafio de fortalecer os meios de comunicação alternativos e populares. A crise na economia e o desenvolvimento foi o tema da segunda noite do evento, com a assessoria do professor Ladislau Dowbor, professor titular de economia da PUC-SP, e de Waldemar Rossi, da Pastoral Operária Metropolitana.
O professor criticou os elevados lucros dos bancos e as altas taxas de impostos no País. Ele defendeu a redução progressiva da taxa Selic e das taxas de juros ao tomador final na rede de bancos públicos, bem como o resgate de um mínimo de equilíbrio tributário. Já Waldemar Rossi disse que os ajustes que o Governo brasileiro tem feito para combater a crise econômica têm prejudicado os trabalhadores e beneficiado as multinacionais, os bancos e o agronegócio
. Na tarde do sábado, 16, o Cônego Antônio Manzatto recordou a dimensão missionária de cada cristão e o compromisso com as pessoas que são injustiçadas. Também destacou o chamado do Papa Francisco para o Ano da Caridade, não uma caridade voltada para o assistencialismo, mas que mexa nas estruturas que geram as desigualdades.
Na sequência, Júlio Turra falou sobre o projeto da Constituinte Exclusiva e Soberana. Ele explicou que a reforma política precisa ser feita pela sociedade civil e não pelos parlamentares, que em sua maioria foram eleitos para defender interesses do agronegócio, dos bancos e das multinacionais. Opinião similar manifestou o professor Américo Sampaio, que tratou do projeto de lei Eleições Limpas. Para ele, com o atual Congresso qualquer projeto de iniciativa popular terá muitas dificuldades para ser colocado em debate. Ele lembrou que o projeto Eleições Limpas vai ser apresentado no Congresso no dia 20 deste mês.

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