quinta-feira, 6 de agosto de 2015

‘A Igreja anuncia Alegria e Esperança’

Os encontros aconteceram simultaneamente em quatro núcleos setoriais, onde mais de 800 pessoas participaram, além de contar com a presença de teólogos.


Créditos: Padre Cilto José Rosembach e Matheus Maciel

A fim de aprofundar os estudos sobre os documentos e práticas da Igreja que tratam da atuação social dos cristãos, a Região Brasilândia promoveu a Semana Regional de Formação, com o tema “A Igreja anuncia Alegria e Esperança”. Os encontros aconteceram simultaneamente em quatro núcleos setoriais, nas paróquias São José, Santos Apóstolos, Santo Antônio e São Luís Gonzaga.

Ao todo, mais de 800 pessoas participaram da formação, que teve como assessores os teólogos Ariovaldo e Regina Lunardi, que falaram sobre a Doutrina Social da Igreja; o Professor Antônio Claro Leite e o Padre Antônio Manzatto, que palestraram sobre a constituição pastoral conciliar Gaudium et Spes; além do Padre Augusto César Pereira, SCJ, e Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, que apresentaram a proposta da bula do Papa Francisco sobre o Ano Santo da Misericórdia, Misericordiae Vultus.

Dom Devair abordou o tema da misericórdia e o definiu segundo o pensamento bíblico, destacando que o termo significa compaixão e indica afeto e ternura pelo outro, que se traduz em um ato. “Essa compaixão, quase instintiva, nasce nas entranhas ou no coração. É um sentimento materno”.

Alegria e esperança

Ao falar sobre a Gaudium et Spes, o professor Antônio Claro expressou que é um documento que trata das relações entre a Igreja e o mundo contemporâneo, sendo a única constituição pastoral e a quarta das constituições do Concílio Vaticano II. “O documento parte da constatação de uma situação de miséria coletiva, que causa uma situação de injustiça que brada aos céus”, afirmou. O Padre Antônio Manzatto, professor da PUC-SP, fez uma análise sobre a realidade da Igreja no mundo, e destacou que após a eleição do Papa Francisco, “a Igreja é chamada a sair de si mesma e ir para as periferias, não apenas geográficas, mas também as periferias existenciais: as do mistério do pecado, da dor, das injustiças, das ignorâncias e recusa religiosa, do pensamento, de toda miséria”.

Muitos com pouco e poucos com muito

Discorrendo sobre a Doutrina Social da Igreja, os teólogos Ariovaldo e Regina Lunardi levaram os leigos à reflexão sobre o papel da Igreja em uma sociedade onde permeiam as injustiças sociais, má distribuição de renda e miséria. “Compete à Igreja anunciar sempre e por toda parte os princípios morais, mesmo referentes à ordem social, e pronunciar-se a respeito de qualquer questão humana, enquanto o exigirem os direitos fundamentais da pessoa humana ou a salvação das almas”. Em entrevista à Pascom Brasilândia, o Padre Reinaldo Torres, coordenador pastoral da Região, avaliou que os assessores motivaram os leigos a se aprofundarem no conhecimento dos documentos da Igreja.

“A semana foi excepcional sobre o ponto de animar o conhecimento e a caminhada de tantas pessoas que são chamadas a trabalhar com esses aspectos sem, no entanto, terem o devido aprofundamento”.


Reportagem publicada no jornal O SÃO PAULO em 06/08/2015

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