Por Renata Moraes, pela Pascom Brasilândia
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Em 15 de fevereiro, agentes de pastoral se reuniram
na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, para refletir sobre o tema da
Campanha da Fraternidade 2014: “Fraternidade e Tráfico Humano”, e o lema “Foi
para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).
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A equipe
regional da CF-2014 propôs a contextualização do tema de acordo com o objetivo
geral da CNBB: “identificar as práticas de
tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade
e da liberdade humanas, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para
erradicar este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”.
Na abertura do
encontro, o padre Reinaldo Torres, assessor da CF-2014 na Região, alertou sobre
a importância do tema. “Infelizmente, muita gente em nossas comunidades pensa
que o tráfico humano é coisa de novela, mas não é. O tráfico humano está
presente em nossas comunidades e, muitas vezes, não temos uma resposta de amor
e compaixão para nos colocarmos ao lado das pessoas traficadas. Nós temos que
construir juntos um processo que lhes devolva a dignidade e a liberdade de
filhos de Deus”.
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A formação foi
divida em quatro pontos: “A fundamentação Bíblica”, assessorado por Antônio
Claro Leite, advogado e professor; “O Tráfico Humano”, por Heidi Ann Cerneka, da
Pastoral Carcerária Nacional; “Tráfico de Órgãos”, com a Irmã Antonieta Abreu, da
Rede Nacional Um grito pela vida; e “A Exploração de Crianças e Adolescentes”,
assessorado por Sueli Camargo, da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São
Paulo.
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Baseado no texto
de Gálatas 5,1 - “É para a liberdade que Cristo nos libertou", o assessor
Antônio refletiu sobre os aspectos bíblicos. “É preciso que usemos de
misericórdia e compaixão para resgatar a dignidade da pessoa traficada”.
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Sobre o tráfico
humano, a assessora Heidi mencionou depoimentos de pessoas que foram presas por
terem sido enganadas pelos aliciadores. “A vulnerabilidade, a carência humana e
o desejo de melhorar suas condições de vida são um dos motivos que levam as
pessoas a caírem nas armadilhas dos aliciadores e traficantes de pessoas”.a
Já a Irmã
Antonieta, que atua contra o tráfico de pessoas, discorreu sobre a realidade do
tráfico de órgãos no Brasil. “O tráfico de órgãos ainda é desconhecido, mas
muito presente em nossa realidade, principalmente em casos de crianças
desaparecidas. O papel da Igreja e da sociedade é informar, advertir e prevenir”.
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Para Sueli
Camargo, “a exploração sexual e o trabalho escravo são um dos maiores índices
que atingem as crianças e adolescentes, pois eles estão entre as vítimas mais
vulneráveis”.
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Dom Milton Kenan
Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, também esteve presente e
expressou a importância de debater o tema na Região, que também sofre com o
tráfico humano. O encontro foi finalizado com a Oração da CF-2014.