quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

2,5 mil abrem CF-2013 com caminhada na Brasilândia

Por Daniel Gomes (reportagem publicada no O SÃO PAULO)
Fotos: Marcos Paulo
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Tendo à frente a réplica da cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), 2.500 pessoas, a maioria jovens, caminharam pelas ruas do bairro de Pirituba, na zona noroeste da cidade, no domingo, 17, dispostas a atender o convite do lema da Campanha da Fraternidade 2013 (CF-2013): “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). a
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A caminhada marcou a abertura da campanha na Região Episcopal Brasilândia. Com faixas, cartazes, camisetas e músicas, a animação e as reivindicações da juventude católica ganharam visibilidade durante a hora de trajeto entre o Mercado Municipal de Pirituba e a Comunidade Missão Mensagem de Paz, próxima ao terminal de ônibus do bairro.
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“A Campanha da Fraternidade é um convite para vocês, jovens: venham caminhar na Igreja, não tenham medo de ser Igreja. A Igreja precisa de vocês, da alegria, do entusiasmo, da força de vocês para cumprir a missão de levar avante o compromisso de ser testemunha do Evangelho”, ressaltou dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para a Região Brasilândia, no começo do ato.
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Em entrevista, o Bispo destacou que a CF-2013 deve colocar em foco, entre outras temáticas, a importância de os jovens evangelizarem pelas mídias digitais, o combate ao extermínio da juventude, a mobilidade territorial a que são submetidos, e a necessidade de as comunidades se abrirem aos jovens de modo efetivo. “Os jovens são chamados a ser protagonistas da Igreja na vivência do Evangelho, no testemunho de comunhão, de serviço, de fé, de transformação do mundo, e na luta pela defesa do meio ambiente, da justiça e da promoção humana”, opinou.
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Ao longo da caminhada, os jovens pediram a intercessão de São Luis Gonzaga, padroeiro da juventude, e em atos e palavras manifestaram insatisfação com a desproporção de oportunidades aos jovens mais pobres nas universidades e no mercado de trabalho e também protestaram contra o preconceito racial, o encarceramento em massa de jovens e o extermínio da juventude.
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“Hoje nossa realidade está inserida na violência, na criminalização, e com a campanha da fraternidade a gente quer dar um basta nisso, quer levar esperança. Nesse momento em que a juventude está em evidência na Igreja Católica, queremos algo novo, uma proposta concreta de políticas públicas, para que a gente faça a juventude ter vida em abundância”, destacou Jairo Miranda, da coordenação da Pastoral da Juventude (PJ) da Brasilândia.
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Também coordenadora da PJ regional, Daiane Zito refletiu sobre para quais realidades os jovens se sentem enviados. “Quero que a juventude seja enviada para o marginalizado, os pobres, os que necessitam escutar da Palavra e comer do pão. Temos que levar a CF também para espaços culturais, escolas, para conseguirmos alcançar os jovens de fora da Igreja. Com os jovens de dentro da Igreja, a campanha terá evidência, vamos continuá-la o ano inteiro não só nestes 40 dias”.
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Na opinião do padre Natanael Pires, assessor regional da juventude, o extermínio dos jovens na periferia e o combate às drogas são temas a serem tratados na CF-2013. “Nossa região é muito violenta e as maiores vítimas são os jovens. A Pastoral da Juventude e os movimentos jovens estão trabalhando para combater esse mal que atinge a juventude e as famílias”, destacou, desejando ainda que ao longo da campanha “o jovem descubra o chamado profético, para que possa dar uma resposta positiva a Deus, à Igreja e à sociedade”.
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Dom Milton, na missa conclusiva da abertura da CF-2013, na Comunidade Missão Mensagem de Paz, lembrou-se dos jovens assassinados nos bairros Jardim Guarani e Parque Belém durante a onda de violência que assolou a cidade em fins de 2012, e motivou que cada jovem tenha uma postura missionária sem medo de atender ao chamado de Deus. “Qual a resposta que nós damos a Deus que precisa de nós? O lema da campanha da fraternidade já nos sugere a resposta, coloca nos nossos lábios aquilo que o profeta Isaías respondeu a Deus: Eis-me aqui Senhor, envia-me”.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Livro sobre vida e trabalho pastoral de dom Angélico é lançado

Daniel Gomes, reportagem no O SÃO PAULO (com complementações)
Fotos: Douglas Mansur
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No ano em que completa oito décadas de vida, dom Angélico Sândalo Bernardino (que aniversariou em 19 de janeiro), bispo emérito de Blumenau (SC) e ex-auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, ganhou de presente um livro que rememora sua caminhada pastoral, especialmente junto aos mais pobres, na Arquidiocese de Ribeirão Preto, na Diocese de São Miguel Paulista (de 1975 a 1989, quando esta era região episcopal de São Paulo), na Região Brasilândia e em Blumenau.
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Com 640 páginas, o livro “Dom Angélico Sândalo Bernardino – Bispo Profeta dos Pobres e da Justiça”, foi lançado na noite da sexta-feira, 8, na Paróquia São Francisco de Assis, em Ermelino Matarazzo, na Diocese de São Miguel Paulista, em celebração por ele presidida, e que teve intensa participação de leigos e autoridades civis.
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Foram 57 minutos de discursos em homenagem ao bispo, recordando seu apoio às lutas populares, especialmente no período repressivo da ditadura militar. Um dos momentos marcantes da celebração foi quando dom Angélico proclamou, em movimento, acompanhado de três leigos, um deles cadeirante, a passagem bíblica do Sermão da Montanha, e ressaltou que o compromisso fundamental da Igreja é com os pobres, desvalidos e marginalizados. 
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Como destacou dom Angélico na missa, o livro não retrata apenas sua vida, mas “fala da Igreja e de todos nós misturados, povo de Deus a caminho”. Na obra, leigos, padres, bispos, políticos e acadêmicos recordam histórias vivenciadas junto ao Bispo e há ainda textos que analisam seu episcopado sob as perspectivas teológica, filosófica, cristológica e eclesiológica. 
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“Trazer à tona a história dessa Igreja construída por dom Angélico, nos fez despertar para uma coisa: a gente entrou numa espécie de letargia nos últimos tempos e havíamos nos esquecido que é possível uma Igreja atuante, verdadeira, de um povo que se põe em movimento”, destacou em entrevista Waldir Aparecido Augusti, coordenador do livro. De acordo com ele, a obra levou dois anos para ser elaborada, tem tiragem de 5 mil exemplares, distribuição gratuita, e deverá ter segunda impressão em até 90 dias.
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A obra foi publicada em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, com recurso obtido por emenda parlamentar do deputado estadual Adriano Diogo. “Pensamos em fazer o livro em 2010 e foi um enorme sofrimento, mais aos poucos os recursos foram saindo. Dom Angélico é um marco na história da Igreja Católica e na luta do povo brasileiro”, comentou.
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Waldemar Rossi, membro-fundador da Pastoral Operária, e que escreveu um dos artigos do livro, enalteceu a atuação pastoral do Bispo.  “O dom Angélico tem uma coisa extremamente importante: ele tem uma noção clara que a sociedade é dividida em classes e fez a opção pela classe operária. Toda a ação evangélica dele vem nesse sentido”.
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‘Pretendo caminhar com o meu povo como servidor’
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Dom Angélico concedeu entrevista a Daniel Gomes antes do lançamento do livro.
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Qual foi a reação do senhor ao saber do projeto do livro?
De início, eu fui radical: ‘não percam tempo escrevendo a história de dom Angélico, agora se vocês quiserem algo importante, escrevam a história da Igreja povo de Deus lá na Leste e eu misturado como sacerdote, profeta e pastor’. A cada dia, me convenço mais que o bispo, o padre, nós somos chamados especialmente por Jesus para caminhar com o povo. 
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Que impressões já teve do livro?
Acho que quiseram contemplar os meus 80 anos e é impressionante, pois não vejo motivo para estarmos comemorando 80 anos. Cada dia deve ser vivido intensamente, Jesus já dizia que a cada dia basta o seu fardo, então, eu comemorando 80 anos por dádiva de Deus, e não por mérito pessoal, sou uma pessoa altamente favorecida por Jesus, a cada dia que passa, fico mais apaixonado por Jesus, e agora, bispo emérito, tenho entusiasmo de jovem no trabalho de evangelização.
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Que histórias o senhor ainda pretende construir ao lado do povo?
Sinceramente, pretendo caminhar com o meu povo como servidor. Aos 80 anos, digo como São Francisco de Assis: ‘Até agora fiz pouco, hoje recomeço’, com muito entusiasmo e gratidão a Deus por ter me chamado a fazer parte da Igreja Santa, minha Mãe e mestra, para ser padre, bispo, servidor desse povo amado de Deus, povo de Deus a caminho.       

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Brasilândia se prepara para a CF-2013

Por Renata Moraes (texto) e Ricardo Luciano (foto), pela Pascom Brasilândia
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Na manhã do sábado, dia 2, jovens, adultos, leigos e religiosos da Região Episcopal Brasilândia participaram do encontro de formação da Campanha da Fraternidade 2013 (CF-2013), na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, que foi assessorado pelo padre Jorge Boran, especialista em juventude.  Este ano, a campanha tem como tema “Fraternidade e Juventude” e lema “Eis – me aqui, envia-me”.
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As boas-vindas do encontro ficaram por conta do bispo regional, dom Milton Kenan Júnior, que falou sobre as expectativas em relação à CF-2013. “A campanha tem tudo para dar certo e vem ao encontro das aspirações das comunidades e do grande desejo de ver o jovem assumir o seu lugar na vida da Igreja”. O Bispo ressaltou ainda que a campanha vem somar com os trabalhos que estão sendo desenvolvidos na preparação da Semana Missionária e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Em sua 50º edição, a Campanha da Fraternidade volta a falar da juventude, 21 anos após a campanha de 1992, que abordou a mesma temática.
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Padre Jorge Boran, assessor do evento, elogiou a presença dos jovens no encontro de formação e comentou a importância da campanha. “Ela vem contribuir com o processo de evangelização da juventude”. Boran ressaltou o momento privilegiado que a juventude do Brasil viverá este ano, por receber a jornada mundial, mas salientou que a Campanha da Fraternidade tem uma dinâmica própria que não se realiza em função da jornada.
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De acordo com o padre Boran, o objetivo geral da campanha da fraternidade é acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para o seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial para a construção de uma sociedade fraterna e de paz.
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A CF também é uma porta de evangelização, que pode alcançar aqueles jovens que ainda não estão na Igreja e que não conhecem a Cristo. Em entrevista à Pascom Brasilândia, dom Milton comentou que a CF-2013 quer despertar nos jovens a consciência missionária. “Jovem evangeliza jovem, eles são responsáveis de trazer outros jovens, fazendo com que outros jovens também façam experiência como eles fizeram”.
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O Bispo enfatizou que os jovens hoje valorizam as suas experiências. “No trabalho da evangelização, não devemos gastar tanto tempo com discursos, mas oferecer aos jovens experiências de solidariedade, de fraternidade e também experiências de encontro com Jesus Cristo e de escuta de sua Palavra”.
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Para Daiane Zito, coordenadora da PJ Brasilândia, a CF pode estimular a evangelização de novos jovens. “Temos que estimular os nossos jovens dentro dos grupos, que é mais simples. A PJ Brasilândia já encaminhou aos grupos subsídios de como trabalhar a CF e dinamizar as reuniões”, opinou em entrevista.
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A abertura regional da Campanha da Fraternidade acontecerá em 17 de Fevereiro, às 15h, com caminhada partindo da frente ao Mercado Municipal de Pirituba (Rua Almirante Isaias Noronha, 163), seguindo com momentos de reflexão sobre a juventude e encerramento com missa na Comunidade Missão Mensagem de Paz (próximo ao terminal de ônibus e à estação de trem de Pirituba). Saiba mais em (11) 3924-0020.

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