quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Igreja caminha pela paz na Brasilândia

Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia (reportagem publicada no jornal O São Paulo)
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O anseio pela paz estava nos rostos, cartazes, faixas, bandeiras e camisetas brancas das 2 mil pessoas, que participaram da Caminhada pela Paz e Não Violência, no domingo, 25, pelas ruas do Jardim Guarani e Jardim Carumbé, na periferia da zona noroeste de São Paulo.
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Padres, religiosas, religiosos, leigos e lideranças políticas, ao lado de dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para a Região Brasilândia, e dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), caminharam por três quilômetros, debaixo de garoa, ao longo de duas horas, em solidariedade às famílias e comunidades atingidas pela violência.
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“Dizemos a essas comunidades e famílias que elas não estão sozinhas, que nós queremos caminhar ao lado delas. Ao mesmo tempo, a caminhada é também um ato profético, de denúncia contra toda a violência, denúncia diante do silêncio que se faz em torno da violência na cidade de São Paulo e no Brasil. A caminhada também quer ser um apelo pela paz, um convite para que as pessoas se desarmem, se convençam de que não é o ódio que vence o ódio, nem são as armas ou  rancor, mas, ao contrário, é a união e o amor”, expressou dom Milton em entrevista.
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A caminhada partiu da Paróquia São Francisco de Assis, no Jardim Guarani, bairro onde os jovens Luís Ricardo Romão (Rogerinho) e Carlos Eduardo de Oliveira Santos (Duda) foram assassinados na madrugada do dia 5. Familiares e amigos dos jovens caminharam com camisetas que os homenageavam.
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De acordo com o padre Edson Jorge Feltrin, pároco, há ainda uma sensação de insegurança no bairro, embora menor do que a verificada anteriormente. “Mas a violência escondida é bem maior do que a que se manifesta, porque a violência verdadeira é a falta de escolas, de creches, os jovens não têm lazer, as crianças brincam na rua. Há uma violência institucionalizada que acabou explodindo nessa violência com armas. Todos têm sofrido com essa ausência do Estado na periferia”, avaliou à reportagem.
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Jovens das paróquias da Brasilândia e também da Pastoral da Juventude das regiões Belém e Lapa tomaram parte da caminhada, tendo à frente a réplica da Cruz da Jornada Mundial da Juventude.
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“Essas mortes me preocupam, não pode continuar assim, somos todos irmãos e temos que viver em paz. O pessoal anda com medo, tem medo de sair na rua, estamos perdendo nossa liberdade”, lamentou Wanderson dos Santos Gomes, 14 anos, atuante na Paróquia São Luís Maria Montfort, do Jardim Rincão.
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A garoa e o trajeto íngreme das ruas não foram obstáculos para a participação dos mais velhos. “Essa violência contra os jovens me comoveu muito. Está morrendo muita gente inocente. Ontem foi do lado de lá, qualquer dia pode ser na minha casa”, analisou dona Severina Maria de Souza Neta, agente de pastoral da Paróquia São José, de Perus.
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A caminhada foi concluída em frente à Paróquia Bom Pastor, no Jardim Carumbé. “Paz, paz, paz, nós queremos paz. Paz, paz, paz, violência nunca mais”, gritaram os 2 mil caminhantes.
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“Desejamos que essa caminhada possa, de fato, favorecer o surgimento da paz. Toda via, sabemos que o fim da violência é especialmente uma questão de educação e de conscientização”, disse o padre Konrad körner, pároco da Paróquia Bom Pastor.
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Presente à parte final da caminhada, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) comentou sobre os atos violentos cometidos por alguns policiais contra civis. “A atitude que, às vezes, alguns policiais tem tido acaba criando um clima de maior conflito entre a população e os policiais, portanto, é importante que seja dada uma orientação aos policiais para tratarem a população com todo o respeito e em qualquer lugar, por mais humilde que seja o bairro”.
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Antes da benção pela paz, concedida por dom Milton, dom Angélico motivou os leigos a não perderem a esperança. “Primeiro, nada de ter medo! Muitas vezes, programas de rádio, de televisão, lançam insegurança no coração do povo. Vamos ter confiança! Segundo, Jesus disse, ‘confiem’. Jesus foi crucificado, morto, mas ressuscitou. Unidos a Jesus, nós vamos avante. Terceira coisa: há muito mais gente boa no mundo, do que gente canalha. Vamos reforçar cada vez mais o time daqueles que realmente querem a paz”, enfatizou.
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Fotos: Luciney Martins e Fátima Giorlano

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Brasilândia articula Caminhada pela Paz e Não Violência, dia 25

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia (reportagem publicada no Site Cantareira)
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Padres, fiéis, religiosos e religiosas atuantes nas 39 paróquias e mais de 160 comunidades da Igreja Católica na Região Episcopal Brasilândia, na zona noroeste de São Paulo, estão convidados por dom Milton Kenan Júnior, bispo regional, a participar no próximo domingo, dia 25, da Caminhada pela Paz e Não Violência.
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A iniciativa, que pretende manifestar a insatisfação com a insegurança na cidade e com os assassinatos cometidos na periferia nas últimas semanas, terá início às 15h, em frente à Paróquia São Francisco de Assis (Rua Manoel Nascimento Pinto, 591, Jardim Guarani) e seguirá até a Paróquia Bom Pastor (Avenida Manoel Bolívar, 22, Jardim Carumbé).
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Na recente escalada de violência, dois jovens foram assassinados, supostamente por policiais militares, na madrugada do dia 5, no Jardim Guarani, e três homens foram mortos em um bar na madrugada no dia 6, no Jardim Carumbé. Ainda não há indícios sobre os assassinos.
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Os organizadores da caminhada pedem que todos os participantes compareçam com camisetas brancas, levam canecas plásticas (para evitar o uso de copos plásticos em respeito ao meio ambiente), e caso tenham na família pessoas que foram mortas por atos de violência, que levem algum objeto que represente a perda do ente querido.
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Ao menos as paróquias e comunidades da Vila Terezinha, Jardim Carumbé, Jardim Guarani e Jardim Damasceno, que compõe o Setor Cântaros, já confirmaram que estimularão os fiéis a participar do ato. Igrejas localizadas na região de Perus já manifestaram que vão participar da atividade, levando faixas e cartazes. Todas as pessoas incomodadas com a onda de insegurança e com os crimes cometidos nos últimos meses estão convidadas a participar.
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Moradores do Jardim Guarani fizeram caminhada no dia 11
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Indignados com a onda de violência, cerca de 500 moradores do Jardim Guarani realizaram caminhada pela paz no domingo dia 11. A atividade rememorou o assassinato dos jovens Carlos Eduardo de Oliveira Santos (Duda) e Luís Ricardo Romão (Rogerinho), no dia 5. 
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A atividade foi concluída com missa na Comunidade São José Operário, na qual o padre Jaime Estevão Gomes pediu que a população seguisse fazendo manifestos contra as situações de violência na periferia. “Vistam essa camisa, façam mobilizações, porque chega! Em nome desses meninos que derramaram sangue, cada um de nós deve ser promotor da paz”.
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Dom Milton emitiu nota de lamento pela onda de violência
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No dia 9 deste mês, dom Milton Kenan Júnior, bispo regional, emitiu a nota “Pela não violência já”, pela qual lamentou a morte de civis e militares na escalada de violência, afirmou que a população da periferia convive com a sensação de insegurança e mostrou preocupação com medidas de retaliação que desrespeitem os direitos humanos.
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“O temor maior é de que medidas arbitrárias venham a agravar ainda mais a triste realidade destas famílias que choram a perda de seus entes queridos e, sofrem com a onda da violência que se alastra sem poupar ninguém”, consta em um dos trechos da carta.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Violência afeta Igreja na Brasilândia

Por Juçara Terezinha e Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia
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A escalada de violência que assola a cidade nas últimas semanas causou impacto na dinâmica pastoral das paróquias da Brasilândia.
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Com anseio pela paz, 500 pessoas participaram no domingo, dia 11, de uma caminhada no Jardim Guarani. Entre elas, os familiares e amigos de Carlos Eduardo Oliveira Santos, 19 anos, conhecido com Duda, assassinado, com um tiro na cabeça, na segunda-feira, dia 5, ao lado do jovem Luís Ricardo Romão.
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“O que revolta a família é o jeito covarde com que mataram Duda. Não teve tempo de se defender. Foi questão de segundos e Duda estava morto”, expressou Sônia Aparecida Santos, tia de Duda.
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A caminhada foi concluída na Comunidade São José Operário, vinculada à Paróquia Espírito Santo, no Jardim Ana Maria, onde Duda participava das missas e atividades pastorais. Na sequência, houve celebração, presidida pelo padre Jaime Estevão Gomes, que cobrou posturas do poder público para conter a insegurança, e pediu que a violência não seja respondida com violência, mas com paz.
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A sensação de insegurança predominou na região durante a última semana e chegou a muitas paróquias. Na Igreja São José Operário, no Jardim Damasceno, que na última semana recebeu a réplica da Cruz da JMJ, um momento litúrgico que se realizava na segunda-feira, 5, foi interrompido assim que o administrador paroquial, padre Marcelo do Sagrado Lado, recebeu apelos de paroquianos para ajudar os  moradores a voltar para casa pela avenida Deputado Cantidio Sampaio, que foi interditada após ônibus serem incendiados.
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Ainda de acordo com o padre, notou-se um número menor de pessoas nas celebrações noturnas. A mesma realidade foi vivenciada na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, na Vila Terezinha. “Nosso povo tem muito medo, estamos evitando reuniões à noite e nas missas de semana à noite pouquíssimas pessoas estão participando. A paróquia não recebeu nenhum toque de recolher, mas o bairro sim”, confirmou o pároco, padre Valdiran Ferreira dos Santos.
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Cancelamentos ou antecipações de reuniões pastorais para o período diurno também foram verificados nas paróquias Santa Rita de Cássia, na Vila Progresso (houve toque de recolher no bairro) e Bom Pastor, no Jardim Carumbé (no bairro três pessoas foram assassinadas na madrugada da terça-feira, 6). Na Igreja São Francisco de Assis, no Jardim Guarani, o filho da catequista de uma das comunidades foi assassinado.
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Diante do cenário de violência, dom Milton Kenan Júnior, bispo regional, divulgou na sexta-feira, 9, a mensagem “Pela Não Violência Já” (veja a íntegra no site www.rebra.org.br, seção “Olhar Episcopal), na qual lamenta a morte de civis e militares, diz temer pela criminalização contra a população da periferia da cidade e pede que as autoridades e a sociedade civil unam-se para encontrar caminhos para superar a barbárie. 
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“A população sofre intensamente com a insegurança que se instalou, devido ao conflito entre facções criminosas e a Polícia Militar. Muitos bairros sofrem com o toque de recolher, já no período da tarde, e com os assassinatos que se dão pelas madrugadas adentro”, constata o bispo.
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Oxalá o sangue dos muitos inocentes, derramado injustamente nestes dias, seja o clamor para que outras vidas não sejam ceifadas e famílias sejam poupadas de chorar a morte de seus filhos, vítimas de um mundo tão pouco irmão!”, expressa dom Milton ao final da mensagem.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dia de Finados é de celebração da vida na Brasilândia

Por Renata Moraes, pela Pascom Brasilândia
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Centenas de fiéis compareceram ao Cemitério Gethsêmani Anhanguera, na zona oeste, na manhã da sexta-feira, dia 2, para celebrar o Dia de Finados e fazer memória daqueles que já tiveram passagem para a vida eterna.
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A celebração das 10h foi presidida por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Episcopal Brasilândia, e concelebrada pelos padres Antônio Aparecido Pereira (padre Cido), vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação, e José Osmar Rosa, pároco na Paróquia Nossa Senhora das Graças, do Morro Doce. 
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O clima da celebração foi de muita fé e comoção. Dom Milton enfatizou que no Dia de Finados não se celebra a morte, mas sim a vida. “Celebrar finados é celebrar aqueles que findaram essa etapa de sua existência e agora estão na eternidade junto de Deus Pai”.
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Na homília, dom Milton comentou o Evangelho de São João, no qual Jesus promete que Deus dará a ressurreição e a vida eterna à humanidade. “O desejo de Cristo é de salvar a todos, e de nos fazer participar da sua vitória, e que sobre nenhum de nós prevaleça a morte, mas  que a vida triunfe”.
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O bispo comentou que por mais que se conviva com a morte, ninguém jamais se acostuma com ela, mas, conforme diz a Igreja e sua liturgia na morte, a vida não é tirada e sim transformada. “Nós cremos no mistério da Ressurreição, pois mais forte do que a morte é a vida, mais forte do que a morte é o amor de Deus”, enfatizou.
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Em entrevista à Pascom Brasilândia, dom Milton relatou que o Dia de Finados é marcado também pela dor e pela saudade dos que se foram. “Celebramos sim com saudades, muitas vezes com lágrimas nos olhos, pois choramos a ausência daqueles que amamos”, e lembrou que o consolo deve ser a certeza de que um dia todos irão rever os falecidos e participar com eles da festa sem fim que Deus prepara para aqueles que o amam.
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Com lágrimas nos olhos, Francisca Rosa Oliveira, da Paróquia Nossa Senhora de Monte Serrat, em Pinheiros, contou que perdeu um filho com 19 anos, vítima de leucemia e mesmo depois de dez anos do falecimento a dor é grande. “Tive um filho maravilhoso e hoje tenho certeza que ele está junto de Deus, e um dia iremos nos reencontrar”.
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O bispo também comentou a onda de violência crescente na cidade de São Paulo e pediu orações por todas as famílias que perderam seus entes, vítimas do mal e da violência. “Que todos se lembrem de que o mal não se paga com o mal, e bem mais forte que o mal e a morte é o amor, e só o amor vence a morte”.
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Na maioria das paróquias da região também houve celebrações pelo Dia de Finados e também no Cemitério Dom Bosco, em Perus, onde foram rezadas duas missas, uma das quais presidia pelo padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Paróquia na Brasilândia festeja São Judas Tadeu

Redação Pascom
(com informações do padre Jaime Izidoro Sena)
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A Paróquia São Judas Tadeu, na Vila Miriam, festejou no domingo, 28 de outubro, o dia do padroeiro, encerrando a programação festiva em comemoração aos 40 anos da paróquia. Cerca de 2 mil pessoas participaram da última das seis missas celebradas no dia e também da procissão, conduzida pelo pároco Jaime Izidoro de Sena.
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Durante a novena, padres da Brasilândia e o bispo regional, dom Milton Kenan Júnior, presidiram as celebrações. Houve memória especial ao padre José Roberto dos Santos, vigário paroquial, morto no domingo, 21 de outubro.
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O tema da festa “Durante 40 anos o Senhor caminhou contigo e nada te faltou (Dt 2,7)” foi aprofundado em subtemas a cada dia: anunciando a boa nova; formando discípulos; servindo a Liturgia; fortalecendo a fé; renovando a esperança; praticando a caridade; vivendo a alegria; partilhando o amor; promovendo a oração.
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De acordo com o pároco, aproximadamente 600 pessoas participaram diariamente das missas. Sobre as temáticas, o padre comentou que os fiéis foram estimulados, seguindo o exemplo de São Judas Tadeu, a anunciar a Boa Nova, viver a missionariedade, assumir a missão de Jesus, professar a fé, renovar a confiança em Deus, praticar a caridade, celebrar a Páscoa de Jesus que é alegria, contemplar o amor de Deus, celebrar a fidelidade a Deus e assumir compromissos na comunidade.
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Pela mídia social Facebook, os paroquianos também manifestaram a alegria com a novena. “Nestes últimos 10 dias, muitas coisas aconteceram e estivemos firmes no nosso propósito de que tudo acontecesse perfeitamente, claro que não somos perfeitos, mas a novena foi maravilhosa e a festa de encerramento fechou com chave de ouro mais esta novena”, postou Renata Guirelli.

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