Por Daniel Gomes e
Renata Moraes, pela Pascom Brasilândia
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A devoção pública a Nossa Senhora Aparecida não passou desapercebida pelos
fiéis das paróquias da Região Episcopal Brasilândia em 12 de outubro, nem pela
Pascom regional que acompanhou duas atividades da devoção à Padroeira do Brasil
neste dia.
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Na Ponte do Piqueri, devotos acolheram a imagem da Padroeira do
Brasil, que chegou de barco pelas águas turvas e mal cheirosas do Rio Tietê, no
décimo ano do projeto “Tietê Esperança Aparecida” criado, em 2004, pelo padre
Palmiro Carlos Paes, pároco da Paróquia Bom Jesus dos Passos, com apoio
logístico do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão do governo
do Estado de São Paulo.
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O projeto concilia devoção e conscientização sobre a necessidade de despoluir o Tietê. “Olhando a gente não percebe, mas o rio está sendo despoluído. Infelizmente tem lixo ainda. Não depende só das autoridades, mas de cada um de
nós também”, disse, à reportagem, o padre Palmiro, que durante a atividade
enfatizou que se deve olhar para o Tietê “não como esgoto, mas como presente de
Deus”.
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Este ano, o
Projeto teve início em 23 de setembro, com missa no Santuário Nacional de
Aparecida, e seguiu com a peregrinação por cidades banhadas pelo Rio, partindo
de Salesópolis. No dia 12, pela manhã, a procissão fluvial chegou às margens do
rio na Ponte do Piqueri, quando imagem foi recepcionada por dom Milton Kenan
Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese, que conduziu a bênção do Tietê, após a qual
houve uma procissão pela avenida General Edgar Facó até à praça Dona Amália
Solitari, próxima à Paróquia Bom Jesus dos Passos, local da missa de
encerramento.
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Dom Milton destacou
que na pequenina imagem negra de Nossa Senhora Aparecida, os brasileiros
encontram um símbolo de resistência, de perseverança para o dia a dia, e que Maria
se mostra solidária com os mais fracos, sempre disposta a suplicar pelo povo.
“Se Maria, como mãe, não deixa de interceder por nós, também, como mãe, nos
lembra que Deus não dispensa a nossa ajuda, espera sempre que façamos aquilo
que ele quer, aquilo que seu filho nos disser”, comentou.
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Renovação e vida com a Padroeira do Brasil
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Na
Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, fiéis se reuniram no fim da
tarde do dia 12, na missa presidida por dom Milton e concelebrada pelo padre
Juarez Passos, pároco.
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Na
homilia, dom Milton relembrou a fé dos pescadores Domingos Garcia, Felipe
Pedroso e João Alves, que nas águas do Rio Paraíba, em 1717, pescaram a imagem
de Nossa Senhora da Conceição. “É uma imagem de ricos detalhes: sua cor negra,
em uma época de descriminação e escravidão, mostra a solidariedade da Mãe de
Deus com aqueles que no seu tempo eram os mais pobres e desprezados”.
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O
Bispo evidenciou que Deus se serviu daquela pequenina imagem para manifestar
sua presença no meio do seu povo. “Hoje nos reunimos para fazer memória e
renovarmos a nossa confiança no Deus que se serve dos pequenos e dos fracos
para manifestar sua força, como se serviu de Maria, para nos dar a Mãe do
Salvador”
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A
história dessa paróquia começou no alto do morro da Vila Zatt, em 1950,
localizada em um terreno doado. Os moradores rezavam
e celebravam diante de uma pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida, marcando
assim o início da comunidade que foi instituída como paróquia em 1969. Com o passar dos anos e com o aumento dos devotos, houve a
necessidade da construção de um templo maior, que foi inaugurado em 1º de outubro
de 1995 pelo cardeal dom Paulo Evaristo Arns, hoje arcebispo emérito de São
Paulo.
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Desde então, muitos fiéis vão à casa da Mãe para celebrar e
agradecer as bênçãos alcançadas. Em entrevista, a aposentada e leiga atuante da
Pastoral da 3º idade, Eclésia de Oliveira relata a sua devoção. “Eu tive uma
queda que resultou na colocação de uma prótese no quadril e fiquei usando
bengala por algum tempo, e eu pedia a Nossa Senhora a cura. Certo dia, e sem
perceber, comecei a andar sem o auxílio da bengala, foi um verdadeiro milagre”,
disse emocionada.