quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Papa resgata o sentido do silêncio na comunicação

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia
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A valorização do silêncio no processo comunicacional é o foco da mensagem "Silêncio e palavra: caminho de evangelização", apresentada pelo papa Bento 16, na terça-feira, 24 de janeiro, para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2012, a ser celebrado em 20 de maio.
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De acordo com o sumo pontífice, silêncio e palavra são "dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas".
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Bento 16 aponta que no processo comunicacional o silêncio permite a melhor escuta e conhecimento de cada pessoa sobre si mesma e sobre os outros, evitando que cada um fique preso às próprias palavras e ideias, de maneiro que assim "abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena", analisa o papa.
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A valorização do silencio na comunicação, de acordo com o sumo pontífice, exige um apelo à sensibilidade de cada interlocutor e colabora para o discernimento entre o importante e o fútil na expressão dos falantes. Por isso, o papa defende a viabilização de ambientes de diálogo que equilibrem silêncio, palavras, imagens e sons.
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Bento 16 recorda que diversas tradições religiosas enaltecem o silêncio e a solidão como caminhos para que as pessoas encontrem-se consigo próprias e com Deus, que também fala sem palavras.
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"No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando «o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos» (cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade", resgata o papa, que aponta ainda que "a contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva".
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Atento às dimensões dialógicas das novas tecnologias, em especial as mídias sociais, o papa reconhece que os ambientes virtuais tornaram-se espaços para perguntas e respostas das pessoas, e diante desse contexto faz algumas recomendações.
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"Neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem".
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Clique aqui e veja a íntegra da mensagem

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Brasilândia festeja centenário das Irmãs de Maryknoll

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia
(Fotos: Anderson Braz)

Os fiéis e o clero da Arquidiocese de São Paulo uniram-se em oração e ação de graças às Irmãs Missionárias de Maryknoll pelo centenário da congregação completado em 6 de janeiro e festejado com missa no domingo, dia 15, na Comunidade Santo Antônio de Taipas, da Paróquia São Luis M. G. de Montfort, Setor Jaraguá.

Fundada em 1912 pela norte-americana Mary Josephine Rogers (madre Maria José), a congregação foi a primeira dos Estados Unidos dedicada às missões estrangeiras, inicialmente com os povos do Oriente, e atualmente está em 25 países, incluindo o Brasil.

A missa festiva foi presidida por dom Milton Kenan Junior, bispo da Região Episcopal Brasilândia, onde as irmãs iniciaram trabalhos em 2002. Na homilia, ele lembrou que a “disponibilidade é condição para ser discípulo de Jesus” e que a fé “é sempre uma aventura, um desafio que não nos permite acomodação. Assim foi com madre Maria José há cem anos, em uma época em que pensar em missão era quase um sonho, um sonho que se transformou em realidade, e junto delas as suas irmãs também vivem o sonho de anunciar o Evangelho”.

A chegada as Irmãs de Maryknoll ao Brasil aconteceu em 1990, a convite do padre Daniel McLaughlin, também da congregação, que estava no país desde a década de 1980. “Naquela época, tinha irmãs demais na Bolívia e Chile e as irmãs de Maryknoll em Nova York enviaram o convite para as freiras na América do Sul. Duas freiras no Chile e duas na Bolívia aceitaram vir para trabalhar conosco”, recorda-se.

Inicialmente, as missionárias foram para paróquias em Itaim Paulista, que hoje pertencem à Diocese de São Miguel Paulista, onde vivenciaram o carisma especialmente nas áreas de educação, saúde e serviço social, e também na luta pela dignidade das mulheres e direitos das crianças.

Entre as pioneiras estava Carolyn Moritz. “Chegamos aqui para fazer o trabalho e acompanhar os padres e fazer um tipo de comunidade em colaboração, porque já estavam os missionários leigos de nossa congregação”, contou. Irmã Carolyn, junto a outra irmã, ainda atua na Arquidiocese, e em fevereiro chegará a companhia de uma missionária do Timor Leste e outra da Coréia do Norte.

Ainda na década de 1990, as irmãs iniciaram trabalhos na Arquidiocese de João Pessoa, na Paraíba, onde hoje estão em três religiosas. Uma delas é a tanzaniana Eufrásia Nyaki, irmã Éfu. “O carisma das Irmãs de Maryknoll me chamou bastante atenção pelo espírito missionário, de ir além da sua fronteira para poder ajudar as pessoas que precisam, assim como as muitas nacionalidades, porque a gente aprende a ultrapassar a nossa cultura e aceitar a cultura do outro”, revela.

Algumas das qualidades que devem distinguir as Irmãs de Maryknoll - caridade semelhante a de Cristo, simplicidade, generosidade heróica, abnegação, lealdade, zelo prudente, cortesia, disposição adaptável, piedade e a graça salvadora de um humor bondoso – foram apresentadas na procissão do ofertório em um pequeno quadro, junto com a constituição da congregação, e também ao final da missa durante um breve foto-documentário histórico.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Brasilândia amplia comunicação em 2012

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia


As formações em comunicação litúrgica e comunitária, bem como o serviço noticioso da Região Episcopal Brasilândia, serão ampliados a partir de fevereiro com a implantação do Projeto de Articulação e Formação da Pascom regional, ratificado por dom Milton Kenan Junior, bispo da Brasilândia, e aprovado pelo Conselho Regional de Administração.


O projeto foi articulado a partir das demandas nas áreas de comunicação, juventude e missão popular, apresentadas no seminário regional “Paróquia, torna-te o que tu és”, realizado em 10 de setembro.


Um dos objetivos é a promoção de capacitações em comunicação que envolvam jovens, lideranças comunitárias e dos ministérios, padres, diáconos, religiosas e secretárias. A outra meta é ampliar a equipe regional da Pascom, mantê-la ativa nas articulações arquidiocesanas e intensificar a organização da pastoral nas paróquias e comunidades da região.


Os cursos serão oferecidos em âmbito setorial e regional. Cada setor poderá escolher uma modalidade de formação: Conhecimento e apropriação da linguagem de novas tecnologias e mídias sociais (blog, Facebook, Twitter, Orkut, Youtube, edições de áudio e imagens); cursos para melhorar a comunicação litúrgica e catequética (voltados para lideranças das comunidades, pastorais e movimentos eclesiais); e cursos sobre como utilizar a comunicação popular e comunitária nos trabalhos missionários (sobre formas de abordagem às pessoas e divulgação dos trabalhos pastorais e sociais da Igreja, ao longo das missões).


Quanto aos cursos regionais, serão dois, um em cada semestre, tratando de técnicas de comunicação litúrgica. Inicialmente, será oferecido, em conjunto, aos setores São José Operário, Nova Esperança, Cântaros e Freguesia do Ó; e no segundo semestre para os agentes dos setores Jaraguá, Pereira Barreto e Perus.


Por ampliar seu espectro de atuação em 2012, a pastoral conta com um orçamento três vezes maior que o do ano anterior. Além das formações, haverá a manutenção dos serviços noticiosos à rádio 9 de Julho, jornal O SÃO PAULO, Blog da Pascom, site da região (www.rebra.org.br) e envio da newsletter de dom Milton.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

“O bispo é chamado a ser servidor”, diz dom Milton

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

(fotos: Anderson Braz)


Em 27 de dezembro, em missa na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Setor Jaraguá, o bispo da Região Brasilândia, dom Milton Kenan Junior, festejou os dois anos de sua ordenação episcopal realizada na cidade de Jaboticabal (SP), na mesma data em 2009. Após a celebração festiva, que teve a participação de padres e leigos, o bispo concedeu esta entrevista exclusiva à Pascom Brasilândia (Pascombras).


Pascombras – Chegar aos dois anos de episcopado tem que sentido para o senhor? Dom Milton Kenan Junior - Hoje é um dia de ação de graças porque o episcopado é dom. O episcopado é também serviço. O bispo é chamado a ser servidor. O papa João Paulo 2° gostava de dizer que o bispo é servidor da esperança, é aquele que não pode deixar a esperança morrer, tem que apontar constantemente para o céu, é aquele que constantemente tem que ajudar a Igreja, indicando para ela o melhor caminho a seguir. O bispo é servidor da esperança quando se coloca a serviço daqueles que não tem esperança: dos mais fracos, dos mais necessitados.


Pascombras – Nestes dois anos, em que o senhor acha que já contribui na caminhada pastoral da Região Brasilândia?
Dom Milton -
Estes dois anos na Região Brasilândia foram para mim um grande aprendizado. Acho que ainda contribui pouco, mas me enriqueci convivendo com as comunidades espalhadas aqui pela região noroeste da cidade de São Paulo, convivendo com o presbitério dedicado que aqui está, presbitério comprometido com o anúncio do Evangelho, me enriqueci convivendo com as lideranças, agentes de pastoral, membros das diversas comunidades, isso certamente, não há palavras que possam descrever.


Pascombras – Na visão do senhor, o que precisa ser aprimorado na região?
Dom Milton -
Aqui na nossa região há muitos desafios e penso que o destaque pastoral nos ajuda a vislumbrar um pouco os desafios, “paróquia, comunidades de comunidades”, para ajudar a nossas paróquias a serem lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo. Jesus Cristo na Palavra, no sacramento, na caridade, no serviço dos irmãos. Ajudar nossas comunidades a se tornarem comunidades missionárias, assumindo o desafio que nos lançou o Documento de Aparecida, conversão pastoral e missionária, comunidades que saiam em missão para dizer ao mundo como é bom ter conosco Jesus, encontrar-se com ele, como é bom conviver com ele nas nossas comunidades. O destaque pastoral de uma certa forma indica um pouco daquilo que a gente anseia também. A grande expectativa minha é ajudar nossas comunidades a assumirem o desafio de serem formadoras na fé.


Pascombras – E como isso pode ser sistematizado?
Dom Milton –
Hoje nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora se diz a Igreja como lugar da iniciação cristã. As pessoas não conhecem o Evangelho suficientemente, muitas pessoas ainda não tiveram a graça do encontro com o Senhor, muitas ainda vivem na superfície, não penetraram no âmago do mistério. A grande expectativa é essa, ajudar as nossas comunidades a levarem as pessoas ao encontro com o ressuscitado, ao encontro com o Senhor, ao entrar no âmago, no centro do mistério da presença dele. Isso, é claro, não é uma tarefa que o bispo realiza sozinho, ele precisa da ajuda dos presbíteros, dos agentes de pastoral, quem sabe a gente possa dar um passo nesse sentido no ano que vem.

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