quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

“O bispo é chamado a ser servidor”, diz dom Milton

Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia

(fotos: Anderson Braz)


Em 27 de dezembro, em missa na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Setor Jaraguá, o bispo da Região Brasilândia, dom Milton Kenan Junior, festejou os dois anos de sua ordenação episcopal realizada na cidade de Jaboticabal (SP), na mesma data em 2009. Após a celebração festiva, que teve a participação de padres e leigos, o bispo concedeu esta entrevista exclusiva à Pascom Brasilândia (Pascombras).


Pascombras – Chegar aos dois anos de episcopado tem que sentido para o senhor? Dom Milton Kenan Junior - Hoje é um dia de ação de graças porque o episcopado é dom. O episcopado é também serviço. O bispo é chamado a ser servidor. O papa João Paulo 2° gostava de dizer que o bispo é servidor da esperança, é aquele que não pode deixar a esperança morrer, tem que apontar constantemente para o céu, é aquele que constantemente tem que ajudar a Igreja, indicando para ela o melhor caminho a seguir. O bispo é servidor da esperança quando se coloca a serviço daqueles que não tem esperança: dos mais fracos, dos mais necessitados.


Pascombras – Nestes dois anos, em que o senhor acha que já contribui na caminhada pastoral da Região Brasilândia?
Dom Milton -
Estes dois anos na Região Brasilândia foram para mim um grande aprendizado. Acho que ainda contribui pouco, mas me enriqueci convivendo com as comunidades espalhadas aqui pela região noroeste da cidade de São Paulo, convivendo com o presbitério dedicado que aqui está, presbitério comprometido com o anúncio do Evangelho, me enriqueci convivendo com as lideranças, agentes de pastoral, membros das diversas comunidades, isso certamente, não há palavras que possam descrever.


Pascombras – Na visão do senhor, o que precisa ser aprimorado na região?
Dom Milton -
Aqui na nossa região há muitos desafios e penso que o destaque pastoral nos ajuda a vislumbrar um pouco os desafios, “paróquia, comunidades de comunidades”, para ajudar a nossas paróquias a serem lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo. Jesus Cristo na Palavra, no sacramento, na caridade, no serviço dos irmãos. Ajudar nossas comunidades a se tornarem comunidades missionárias, assumindo o desafio que nos lançou o Documento de Aparecida, conversão pastoral e missionária, comunidades que saiam em missão para dizer ao mundo como é bom ter conosco Jesus, encontrar-se com ele, como é bom conviver com ele nas nossas comunidades. O destaque pastoral de uma certa forma indica um pouco daquilo que a gente anseia também. A grande expectativa minha é ajudar nossas comunidades a assumirem o desafio de serem formadoras na fé.


Pascombras – E como isso pode ser sistematizado?
Dom Milton –
Hoje nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora se diz a Igreja como lugar da iniciação cristã. As pessoas não conhecem o Evangelho suficientemente, muitas pessoas ainda não tiveram a graça do encontro com o Senhor, muitas ainda vivem na superfície, não penetraram no âmago do mistério. A grande expectativa é essa, ajudar as nossas comunidades a levarem as pessoas ao encontro com o ressuscitado, ao encontro com o Senhor, ao entrar no âmago, no centro do mistério da presença dele. Isso, é claro, não é uma tarefa que o bispo realiza sozinho, ele precisa da ajuda dos presbíteros, dos agentes de pastoral, quem sabe a gente possa dar um passo nesse sentido no ano que vem.

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