Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia
O licenciamento ambiental para a construção do trecho norte do Rodoanel pode ser obtido pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) na terça-feira, 28 de junho, quando o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), decidirá pela aprovação ou não do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) / Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) referente ao traçado proposto.
A reunião que acontece às 9h na Secretaria Estadual de Meio Ambiente - localizada na Avenida Professor Frederico Hermann Júnior, 345, sala de reuniões do conselho, prédio 6 – poderá viabilizar a emissão da licença prévia para o início da obra. O que se seguirá depois é um provável cenário de tristeza: 2.700 casas desapropriadas, cerca de 20 mil famílias afetadas indiretamente pela via e considerável degradação ambiental, já que 48% do traçado originalmente proposto pela Dersa será feito sobre área de cobertura vegetal.
Informações de bastidores dão conta que a proposta original do trecho norte do Rodoanel não será alterada: um caminho único, com quase 43 quilômetros, sem saídas ao longo do trajeto, partindo da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães até a Rodovia Fernão Dias.
Em audiência pública, realizada na Paróquia Santos Apóstolos, na terça-feira, 21 de junho, representantes da Dersa garantiram que as reivindicações expressas nas audiências públicas serão levadas em consideração. Se a palavra da Dersa é de fato verdade, a resposta talvez venha terça, mas foi no mínimo misterioso o fato de a empresa não apresentar nessa mesma audiência detalhes do traçado a ser aprovado, segundo informações da jornalista Karla Maria, repórter do jornal O SÃO PAULO.
A questão que se coloca é a seguinte: o que faremos (nós, Região Brasilândia), se o traçado aprovado for o mesmo tão combatido nas audiências públicas que a Dersa não compareceu? E os deputados e vereadores que compareceram nessas mesmas audiências, o que farão?
Ainda há diálogo com a presidência da República para que a verba para o Rodoanel não venha para São Paulo? O governador do Estado receberá as lideranças da Igreja e dos movimentos sociais para dialogar? E como ficam os moradores do Jardim Pery e de Taipas, por exemplo, que já tiveram casas demarcadas para desapropriação antes mesmo do licenciamento ambiental? Os governantes olharão para eles, e estenderão aquelas faixas que vemos nos campos de futebol “Eu já sabia!?”. As audiências públicas não podem ter sido por brincadeira...
A decisão da reunião de terça-feira é incerteza, mas a região não pode ter duvidas: é preciso resistir e insistir. Há outras opções ao Rodoanel. As comunidades não merecem serem fracionadas em nome do aumento do tráfego de veículos e da capitalização política gerada por mais uma “grande via” de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário