As histórias que envolvem os filhos de Maria da Anunciação e Fátima (nomes fictícios de duas leigas engajadas em comunidades católicas da Região Brasilândia), infelizmente, acontecem com certa regularidade na periferia de São Paulo.
Em 2010, Maria da Anunciação acordou com o toque do celular e a noticia da morte do filho em um acidente de moto. Relatos de amigos dão conta que o rapaz, pai de uma criança de oito anos, e que meses antes sofrera outro acidente de moto, voltava de uma festa e que, se comprovaria depois, estava embriagado.
Fátima, felizmente, ainda não teve noticia tão ruim, mas vive angustiada: o filho adolescente tem o hábito testar os próprios limites em cima da moto e de tempos pra cá, adquiriu um novo ‘hobbie’: comprou um revólver, claro que a contragosto da mãe, com a justificativa de que é para se defender de quando for “tirado por alguém”.
A Igreja Católica que Maria da Anunciação e Fátima participam com vigor não parece indiferente a essas três realidades: as armas de fogo, as armas de roda e a as armas de copos. Exemplo recente foi a participação da Arquidiocese de São Paulo e da Diocese de São Miguel na campanha Religiões Unidas pelo Desarmamento, promovida pelo Instituto Sou da Paz.
Entre 21 e 30 de outubro, 19 paróquias na cidade de São Paulo foram postos de recolhimento de armas, sob a supervisão da Guarda Civil Metropolitana. No total, 271 armas de fogo e mais de 2 mil munições foram entregues nas paróquias, salvando muitas vidas, certamente.
Na Região Brasilândia, onde mora o filho de Fátima e onde por muitos anos viveu o de Maria da Anunciação, apenas uma paróquia foi autorizada a recolher as armas: a Santa Cruz de Itaberaba. Lá, houve a entrega de 21 armas.
Evidentemente, os nove dias de campanhas e armas e munições recolhidas não acabaram com o problema da violência, e não a sanariam mesmo que os postos de recolhimento fossem permanentes, pois como bem lembrou o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, na solenidade de abertura da campanha, a simples entrega da arma não é suficiente, sendo preciso, segundo ele, “uma verdadeira educação para o desarmamento e para a paz”.
E é neste ponto que as histórias das angustiadas Maria da Anunciação e Fátima se cruzam com a de outras 40.160 mães brasileiras que em 2010 perderam seus filhos em acidentes de trânsito, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na sexta-feira, dia 4.
De acordo com o ministério, em 8 anos, o número de vitimas fatais em acidentes de trânsito cresceu 24% e os principais fatores são a mistura de álcool e direção e o crescimento do número de motos em circulação. Para se ter ideia, no mesmo período comparativo, o número de acidentes fatais com moto triplicou.
Um dia antes da divulgação dos trágicos dados pelo ministério, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu uma boa notícia aos brasileiros, ao considerar constitucional o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, o qual qualifica como crime o ato de dirigir bêbado (com mais de 6 decigramas de álcool a cada litro de sangue), mesmo que a atitude não provoque acidentes de trânsito. A pena varia de seis meses a três anos de detenção, multa, suspensão ou proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir.
Educação para o desarmamento e para a paz, esse é o foco a ser seguido, a partir de campanhas como a Religiões Unidas pelo Desarmamento. Porém, é prudente não esquecer que álcool aliado à direção e a imprudência sobre rodas são tão letais quanto um tiro certeiro.
Em 2010, Maria da Anunciação acordou com o toque do celular e a noticia da morte do filho em um acidente de moto. Relatos de amigos dão conta que o rapaz, pai de uma criança de oito anos, e que meses antes sofrera outro acidente de moto, voltava de uma festa e que, se comprovaria depois, estava embriagado.
Fátima, felizmente, ainda não teve noticia tão ruim, mas vive angustiada: o filho adolescente tem o hábito testar os próprios limites em cima da moto e de tempos pra cá, adquiriu um novo ‘hobbie’: comprou um revólver, claro que a contragosto da mãe, com a justificativa de que é para se defender de quando for “tirado por alguém”.
A Igreja Católica que Maria da Anunciação e Fátima participam com vigor não parece indiferente a essas três realidades: as armas de fogo, as armas de roda e a as armas de copos. Exemplo recente foi a participação da Arquidiocese de São Paulo e da Diocese de São Miguel na campanha Religiões Unidas pelo Desarmamento, promovida pelo Instituto Sou da Paz.
Entre 21 e 30 de outubro, 19 paróquias na cidade de São Paulo foram postos de recolhimento de armas, sob a supervisão da Guarda Civil Metropolitana. No total, 271 armas de fogo e mais de 2 mil munições foram entregues nas paróquias, salvando muitas vidas, certamente.
Na Região Brasilândia, onde mora o filho de Fátima e onde por muitos anos viveu o de Maria da Anunciação, apenas uma paróquia foi autorizada a recolher as armas: a Santa Cruz de Itaberaba. Lá, houve a entrega de 21 armas.
Evidentemente, os nove dias de campanhas e armas e munições recolhidas não acabaram com o problema da violência, e não a sanariam mesmo que os postos de recolhimento fossem permanentes, pois como bem lembrou o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, na solenidade de abertura da campanha, a simples entrega da arma não é suficiente, sendo preciso, segundo ele, “uma verdadeira educação para o desarmamento e para a paz”.
E é neste ponto que as histórias das angustiadas Maria da Anunciação e Fátima se cruzam com a de outras 40.160 mães brasileiras que em 2010 perderam seus filhos em acidentes de trânsito, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na sexta-feira, dia 4.
De acordo com o ministério, em 8 anos, o número de vitimas fatais em acidentes de trânsito cresceu 24% e os principais fatores são a mistura de álcool e direção e o crescimento do número de motos em circulação. Para se ter ideia, no mesmo período comparativo, o número de acidentes fatais com moto triplicou.
Um dia antes da divulgação dos trágicos dados pelo ministério, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu uma boa notícia aos brasileiros, ao considerar constitucional o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, o qual qualifica como crime o ato de dirigir bêbado (com mais de 6 decigramas de álcool a cada litro de sangue), mesmo que a atitude não provoque acidentes de trânsito. A pena varia de seis meses a três anos de detenção, multa, suspensão ou proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir.
Educação para o desarmamento e para a paz, esse é o foco a ser seguido, a partir de campanhas como a Religiões Unidas pelo Desarmamento. Porém, é prudente não esquecer que álcool aliado à direção e a imprudência sobre rodas são tão letais quanto um tiro certeiro.
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