Por Daniel Gomes pela Pascom Brasilândia
(com informações de http://rodoanelnorte.wordpress.com/ e http://vilanovacachoeirinha.blogspot.com/)
As incertezas sobre as consequências do traçado do trecho norte do Rodoanel e o destino das famílias que serão desapropriadas marcaram o tom de preocupação da Audiência Pública sobre os impactos sociais, ambientais e de sistema viário do Rodoanel, promovida pela Câmara Municipal de São Paulo, no bairro de Taipas, na zona noroeste de São Paulo, na tarde da segunda-feira, 5 de dezembro.
Dom Milton Kenan Junior, bispo da Região Brasilândia, participou da audiência, em que estiveram cerca de 200 pessoas, e manifestou sua indignação com a falta de informações por parte do poder público. “Precisamos de informações. Há poucas semanas, não sabíamos sequer por onde passaria o traçado do trecho norte. É preciso tratar a população com respeito e dar as informações necessárias”, expressou.
Convidada para a audiência, a empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), responsável pela execução das obras, não enviou representantes. Também foram convidados, mas não compareceram: a subprefeitura da Freguesia do Ó/Brasilândia, a Secretaria Municipal de Habitação, a CET e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit).
A ausência da Dersa gerou especial descontentamento e motivou os presentes a articularem a formação de comissões nos bairros para dialogar com as autoridades responsáveis pela obra, especialmente porque já em janeiro de 2012 devem começar as notificações para desapropriações das famílias. “Se perdermos essa última oportunidade, só nos resta chorar. Organizem-se em comissões”, motivou dom Milton. As comissões serão articuladas pelo e-mail gigantedebano@ig.com.br
“Não adianta ficar esperando em casa. A população tem que se organizar. As autoridades só ouvem o clamor popular se o povo estiver falando. Povo quieto é povo desrespeitado”, afirmou o vereador Francisco das Chagas, que articulou a realização da audiência e garantiu que a atividade será documentada para ser entregue à Dersa.
Cristina Greco, da OAB Santana, informou que em 23 de novembro foi feita uma nova representação junto ao Ministério Público Estadual (MPE), a pedido da Região Episcopal Brasilândia, para que o MPE fiscalize de perto a manutenção dos direitos de todas as famílias afetadas pela obra.
Apesar das incertezas sobre por onde vai passar a via, o deputado estadual José Zico Prado, acredita que, infelizmente, o traçado já está definido e é o “mais barato, porque desapropriar pobre é mais fácil”. Já o padre Rogério Valadares, da Aliança da Misericórdia, chamou a atenção que “o aluguel social não é suficiente para que os desalojados tenham uma vida como a que tinha antes”, apontou.
Presente à audiência, o subprefeito de Pirituba/Jaraguá, Márcio Greco, garantiu que as notificações feitas até agora foram para as famílias com moradias em áreas de risco e não por conta das obras do Rodoanel. Já Ricardo Crispino, técnico da Secretaria Municipal do Verde, disse que há um levantamento de cerca de 300 casas na região de Taipas, e que 90% delas não tem registro imobiliário. A lista desses moradores foi passada aos vereadores.
Na mídia social Facebook, dom Milton convocou a articulação de toda a Região Episcopal Brasilândia em solidariedade às famílias que serão afetadas pelo trecho norte do Rodoanel.
“Hoje participei de uma audiência pública em Taipas com muitas famílias que correm o risco de serem despejadas de suas casas com a construção do trecho norte do Rodoanel... uma drama para elas e para nós Igreja também... será necessário o apoio de homens e mulheres de boa vontade para que estas famílias sejam respeitadas e não sejam descartadas como um utensílio qualquer. Que a Igreja da Brasilândia mostre mais uma vez seu rosto e manifeste sua solidariedade com as milhares de famílias sem vez e sem voz”, postou o bispo na noite de 5 de dezembro.
(com informações de http://rodoanelnorte.wordpress.com/ e http://vilanovacachoeirinha.blogspot.com/)
As incertezas sobre as consequências do traçado do trecho norte do Rodoanel e o destino das famílias que serão desapropriadas marcaram o tom de preocupação da Audiência Pública sobre os impactos sociais, ambientais e de sistema viário do Rodoanel, promovida pela Câmara Municipal de São Paulo, no bairro de Taipas, na zona noroeste de São Paulo, na tarde da segunda-feira, 5 de dezembro.
Dom Milton Kenan Junior, bispo da Região Brasilândia, participou da audiência, em que estiveram cerca de 200 pessoas, e manifestou sua indignação com a falta de informações por parte do poder público. “Precisamos de informações. Há poucas semanas, não sabíamos sequer por onde passaria o traçado do trecho norte. É preciso tratar a população com respeito e dar as informações necessárias”, expressou.
Convidada para a audiência, a empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), responsável pela execução das obras, não enviou representantes. Também foram convidados, mas não compareceram: a subprefeitura da Freguesia do Ó/Brasilândia, a Secretaria Municipal de Habitação, a CET e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit).
A ausência da Dersa gerou especial descontentamento e motivou os presentes a articularem a formação de comissões nos bairros para dialogar com as autoridades responsáveis pela obra, especialmente porque já em janeiro de 2012 devem começar as notificações para desapropriações das famílias. “Se perdermos essa última oportunidade, só nos resta chorar. Organizem-se em comissões”, motivou dom Milton. As comissões serão articuladas pelo e-mail gigantedebano@ig.com.br
“Não adianta ficar esperando em casa. A população tem que se organizar. As autoridades só ouvem o clamor popular se o povo estiver falando. Povo quieto é povo desrespeitado”, afirmou o vereador Francisco das Chagas, que articulou a realização da audiência e garantiu que a atividade será documentada para ser entregue à Dersa.
Cristina Greco, da OAB Santana, informou que em 23 de novembro foi feita uma nova representação junto ao Ministério Público Estadual (MPE), a pedido da Região Episcopal Brasilândia, para que o MPE fiscalize de perto a manutenção dos direitos de todas as famílias afetadas pela obra.
Apesar das incertezas sobre por onde vai passar a via, o deputado estadual José Zico Prado, acredita que, infelizmente, o traçado já está definido e é o “mais barato, porque desapropriar pobre é mais fácil”. Já o padre Rogério Valadares, da Aliança da Misericórdia, chamou a atenção que “o aluguel social não é suficiente para que os desalojados tenham uma vida como a que tinha antes”, apontou.
Presente à audiência, o subprefeito de Pirituba/Jaraguá, Márcio Greco, garantiu que as notificações feitas até agora foram para as famílias com moradias em áreas de risco e não por conta das obras do Rodoanel. Já Ricardo Crispino, técnico da Secretaria Municipal do Verde, disse que há um levantamento de cerca de 300 casas na região de Taipas, e que 90% delas não tem registro imobiliário. A lista desses moradores foi passada aos vereadores.
Na mídia social Facebook, dom Milton convocou a articulação de toda a Região Episcopal Brasilândia em solidariedade às famílias que serão afetadas pelo trecho norte do Rodoanel.
“Hoje participei de uma audiência pública em Taipas com muitas famílias que correm o risco de serem despejadas de suas casas com a construção do trecho norte do Rodoanel... uma drama para elas e para nós Igreja também... será necessário o apoio de homens e mulheres de boa vontade para que estas famílias sejam respeitadas e não sejam descartadas como um utensílio qualquer. Que a Igreja da Brasilândia mostre mais uma vez seu rosto e manifeste sua solidariedade com as milhares de famílias sem vez e sem voz”, postou o bispo na noite de 5 de dezembro.
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