sexta-feira, 8 de maio de 2009

Em 1° de Maio... aconteceu... aconteceu?

Alguns movimentos sociais tentaram fazer do 1° de Maio um momento de reflexão sobre a realidade do trabalhador brasileiro e a influência da crise financeira internacional no fechamento de mais de 1 milhão de postos de trabalho no país, desde outubro de 2008.

Porém, infelizmente, a lembrança da data, para a maioria das pessoas, ficará apenas pelo feriado prolongado e pelos mega-shows que puderam assistir nos eventos das Centrais Sindicais. Os shows promovidos pela Força Sindical, por exemplo, reuniram mais de 1,3 milhão de espectadores.

No dia em que a Igreja Católica celebrou São José Operário – data instituída pelo papa Pio XII em 1955, houve a missa do trabalhador na Catedral da Sé e algumas celebrações em paróquias da cidade, mas foi pouco. E não pelas iniciativas da Igreja, mas especialmente pela pouca participação dos fiéis em todas as regiões episcopais da cidade.

Em mensagem direcionada à sociedade brasileira, a CNBB lembrou que este 1° de maio deveria ser um dia de reflexão, acerca dos impactos de uma crise gerada pelos grandes capitalistas, mas com efeitos mais danosos para os mais humildes. ”A crise atinge, sobretudo, os trabalhadores, os pobres, as pequenas e médias empresas. Os bancos recebem verbas milionárias dos governos para salvar o sistema financeiro. No entanto continuam as demissões, levando muitas pessoas a buscarem sua sobrevivência no trabalho informal”, afirmava o documento assinado pelos bispos do Brasil que também destacava que ”A crise financeira e econômica é apenas uma parte da crise mais profunda que é social, política, cultural, ambiental, ética e espiritual”.

No documento da CNBB, nas manifestações sociais e nas missas do dia do trabalho ficaram evidentes que a lógica de demissões em massa, desvalorização dos aposentados, ineficiência na reforma agrária, falta de incentivo às alternativas de economia popular e outras ações, ou não-ações, que deixam o povo fora do centro do poder, irão apenas agravar ainda mais a crise e a injustiça social. O recado está no ar, quem tiver ouvidos ouça, junte-se e busque a mudança, ainda que lenta e em menores proporções. Este 1° de Maio passou, e ai, você mudou?

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