sábado, 15 de agosto de 2009

Os sete anos de Dom Simão na Brasilândia

por Daniel Gomes, jornalista e moderador do blog da Pascom

A Região Brasilândia realiza do domingo, 16 de agosto (com transmissão ao vivo pelo blog da Pascom), a missa de despedida de Dom José Benedito Simão, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Episcopal Brasilândia. A solenidade acontece na Paróquia Santos Apóstolos, Jardim Maracanã, a partir das 15h.

Sagrado bispo episcopal em 25 de janeiro de 2002, Dom Simão assumiu a função de bispo regional em 09 de março do mesmo ano. Desde então, esteve à frente, direta ou indiretamente, de diversas formações e atos na caminhada da Igreja na Brasilândia.

Em sete anos de discipulado e missão, o bispo soube motivar diversos movimentos, novas comunidades e pastorais atuantes na Região Brasilândia, bem como deu espaço para a formação de leigos no consagrado ITEBRA, nas Semanas Regionais de Formação e na Escola de Teologia e Pastoral, ETEP, inaugurada em março de 2008. No campo da comunicação, o bispo promoveu a inclusão da Brasilândia na era da internet, por meio do site REBRA, mas teve que amargar o fim do jornal Voz da Esperança.

A relação de Dom Simão com o clero regional foi pautada na busca do rígido cumprimento das diretrizes da Igreja Católica e no equacionamento de alguns conflitos internos. Por diversas vezes, o bispo motivou os padres da Região a serem missionários e não apenas zeladores paroquiais. “O padre não é ordenado apenas para assumir uma paróquia, ele tem uma missão de evangelizar, de ser um missionário, um animador do povo de Deus. Por isso, o padre precisa vivenciar sua vocação, ser fiel e feliz no ministério, realizado, comprometido com o evangelho”, disse o bispo na missa dos Santos Óleos deste ano.

Nas motivações sociais, Dom Simão não apareceu na linha da frente, mas soube dar pleno apoio aos leigos e religiosos que lutam pela promoção de paz, justiça social e respeito ao meio ambiente. Desse modo, esteve presente no Simpósio do Lixo em 2009, foi solidário com os indígenas, quando do incêndio na aldeia do Jaraguá em setembro de 2008, apoiou a luta contra a instalação de mais um lixão no Anhanguera, e esteve em eventos de movimentos sociais como o MST.
Na articulação política, o bispo atuou com o clero local na elaboração de um documento sobre as demandas regionais que foi entregue aos candidatos a prefeito da cidade em 2008, e participou do debate com os pleiteantes ao executivo municipal no mesmo ano. Responsável no seu papel de líder religioso, soube dialogar com diversas tendências políticas, mas se resguardou do uso político de sua imagem, não fazendo campanha para nenhum partido ou candidato específico.

Dos eventos de mobilização popular da Igreja na Brasilândia, Dom Simão guardará boas lembranças, especialmente das aberturas da Campanha da Fraternidade, especialmente de 2005, quando as ruas da Freguesia do Ó foram o palco de um grande ato ecumênico, e da CF 2006, pela marcante participação de cadeirantes. Porém, uma das decepções do bispo, ocorreu justamente na abertura da CF 2009, quando diversos problemas técnicos e estruturais atrapalharam o bom andamento do ato religioso. “Fracassamos na abertura da Campanha da Fraternidade deste ano. Fizemos tantas aberturas bonitas, sempre tinha dado certo, mas esta falhou, foi algo até ridículo”, avaliou o bispo na Assembléia Regional no último mês de junho.

Um dos momentos inesquecíveis nos sete anos de caminhada de Dom Simão foi a Peregrinação Regional à Catedral da Sé, em abril de 2009, nas celebrações do Ano Paulino na Arquidiocese de São Paulo. A Brasilândia partcipou com representantes de movimentos, pastorais e novas comunidades, e com mais de duas mil pessoas, entre leigos e religiosos. “A nossa peregrinação do Ano Paulino estorou a boca do balão, toda a Região esteve presente e provamos que é possível haver comunhão eclesial. Nós lotamos a Catedral da Sé e fizemos muito bonito”, avaliou o bispo.

A Dom José Benedito Simão, paulista de Caçapava, padre desde 1981, e bispo da Região Episcopal Brasilândia nos últimos sete anos, nós, da equipe da PASCOM Regional, desejamos boa sorte na caminhada junto à Diocese de Assis, interior de São Paulo.

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