Por Daniel Gomes, pela Pascom Brasilândia
(colaboraram Juçara Zottis, Karla Maria e Fátima Giordano)
A capela da comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Jardim Elisa Maria, ficou repleta de leigos, padres, autoridades políticas e religiosas na manhã do sábado, 20 de agosto. Num dos bairros mais carentes da Brasilândia, a esperança de acesso de muitos jovens da periferia ao ensino superior e técnico foi reacessa.
Fernando Haddad, ministro da Educação, anunciou, na oportunidade, a liberação de verbas para a construção de um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), como parte da expansão da rede federal de ensino. Até 2014, o governo federal promete construir oito novos campi do IFSP no Estado de São Paulo. O da zona noroeste terá ao menos 1200 vagas: metade para ensino técnico, e o restante para o ensino superior em tecnologia e engenharia.
“O instituto tem um projeto político pedagógico de ensino médio mais inovador do país. Os indicadores de qualidade do ITSP se comparam ao de países mais avançados em educação. Nós estamos trazendo para a Brasilândia o que há de melhor na educação brasileira”, garantiu o ministro, que defendeu que o campus atenda às demandas regionais, “não adianta criar curso que não dialoga com a necessidade da população local”, afirmou.
Os jovens da Brasilândia animaram-se com a notícia, assim como bispo regional, dom Milton Kenan Junior, e os moradores, estudantes, trabalhadores da educação e lideranças que integram o Movimento Pró-Universidade Pública da Zona Noroeste, que desde o começo do ano articula-se pela construção da primeira universidade pública na região, e para tal já colheu mais de 5 mil assinaturas de apoio a causa.
Porém, com a clareza de quem sabe que o ITSP não é uma universidade, os líderes do movimento e o bispo ratificaram o desejo de que a região receba uma universidade pública. “Que não fique esquecida a possibilidade de trazer uma universidade pública para a região noroeste da cidade”, pontuou dom Milton ao final da solenidade, quando também pediu aos deputados federais presentes que articulem uma conversa com o Ministério dos Transportes, referente ao traçado danoso do Rodoanel.
Em carta aberta lida ao ministro, o Movimento Pró-Universidade voltou a reafirmar o desejo por uma universidade pública. Marcos Manoel dos Santos, da executiva do movimento, explicou ao Blog Pascombras o que se espera de uma instituição de ensino superior na Brasilândia. “A gente tem como premissa que a universidade aqui na zona noroeste precisa ser como as que transmitem o saber erudito, que constroem o ensino superior. Queremos uma universidade que seja popular, mas ao mesmo tempo capaz de socializar o conhecimento acadêmico mais elevado e que também dialogue com a comunidade, com os saberes locais”.
Haddad recebeu elogios pela liberação de verbas para a construção do ITSP, mas também teve que acolher críticas: dos funcionários do instituto, que em greve desde o começo de agosto, avaliam que a expansão educacional está sendo feita sem pensar nos funcionários e docentes; e de dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, e da jovem Camila, sobre as políticas educacionais no Brasil.
“Nós sabemos que a educação é fundamental para o progresso de qualquer população. O Brasil está em um ponto que a gente podia dar um salto qualitativo, mas se vê freado pela falta de escolas”, opinou dom Cláudio; “Parece-me que não há uma preocupação conosco, jovens de escolas públicas, pois nos é praticamente negada à oportunidade de passar em uma escola técnica. Não recebemos o preparo adequado”, expressou a jovem Camila de Oliveira, 14 anos, moradora do bairro.
Na entrevista coletiva que concedeu na residência episcopal de dom Milton Kenan Junior, Fernando Haddad disse que a contratação dos funcionários e professores dos institutos federais está atrelada ao cumprimento de uma média de alunos por turma, e garantiu que o campus do ITSP sairá do papel, com ou sem ele no ministério (Haddad é pré-candidato a prefeito de São Paulo), embora tenha ponderado que a indicação do terreno para a construção é de responsabilidade da prefeitura da cidade e, assim, convidou que a população se articule para cobrar agilidade do executivo municipal.
Dom Milton enalteceu a implantação do instituto na periferia da zona noroeste. “A vinda desse polo do ITSP vai ser para a região um grande avanço na área da profissionalização, na área da educação de qualidade, em vista da imensa população de jovens da Brasilândia que esperam uma oportunidade para poder ocupar o seu lugar na sociedade”, expressou.
(colaboraram Juçara Zottis, Karla Maria e Fátima Giordano)
A capela da comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Jardim Elisa Maria, ficou repleta de leigos, padres, autoridades políticas e religiosas na manhã do sábado, 20 de agosto. Num dos bairros mais carentes da Brasilândia, a esperança de acesso de muitos jovens da periferia ao ensino superior e técnico foi reacessa.
Fernando Haddad, ministro da Educação, anunciou, na oportunidade, a liberação de verbas para a construção de um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), como parte da expansão da rede federal de ensino. Até 2014, o governo federal promete construir oito novos campi do IFSP no Estado de São Paulo. O da zona noroeste terá ao menos 1200 vagas: metade para ensino técnico, e o restante para o ensino superior em tecnologia e engenharia.
“O instituto tem um projeto político pedagógico de ensino médio mais inovador do país. Os indicadores de qualidade do ITSP se comparam ao de países mais avançados em educação. Nós estamos trazendo para a Brasilândia o que há de melhor na educação brasileira”, garantiu o ministro, que defendeu que o campus atenda às demandas regionais, “não adianta criar curso que não dialoga com a necessidade da população local”, afirmou.
Os jovens da Brasilândia animaram-se com a notícia, assim como bispo regional, dom Milton Kenan Junior, e os moradores, estudantes, trabalhadores da educação e lideranças que integram o Movimento Pró-Universidade Pública da Zona Noroeste, que desde o começo do ano articula-se pela construção da primeira universidade pública na região, e para tal já colheu mais de 5 mil assinaturas de apoio a causa.
Porém, com a clareza de quem sabe que o ITSP não é uma universidade, os líderes do movimento e o bispo ratificaram o desejo de que a região receba uma universidade pública. “Que não fique esquecida a possibilidade de trazer uma universidade pública para a região noroeste da cidade”, pontuou dom Milton ao final da solenidade, quando também pediu aos deputados federais presentes que articulem uma conversa com o Ministério dos Transportes, referente ao traçado danoso do Rodoanel.
Em carta aberta lida ao ministro, o Movimento Pró-Universidade voltou a reafirmar o desejo por uma universidade pública. Marcos Manoel dos Santos, da executiva do movimento, explicou ao Blog Pascombras o que se espera de uma instituição de ensino superior na Brasilândia. “A gente tem como premissa que a universidade aqui na zona noroeste precisa ser como as que transmitem o saber erudito, que constroem o ensino superior. Queremos uma universidade que seja popular, mas ao mesmo tempo capaz de socializar o conhecimento acadêmico mais elevado e que também dialogue com a comunidade, com os saberes locais”.
Haddad recebeu elogios pela liberação de verbas para a construção do ITSP, mas também teve que acolher críticas: dos funcionários do instituto, que em greve desde o começo de agosto, avaliam que a expansão educacional está sendo feita sem pensar nos funcionários e docentes; e de dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, e da jovem Camila, sobre as políticas educacionais no Brasil.
“Nós sabemos que a educação é fundamental para o progresso de qualquer população. O Brasil está em um ponto que a gente podia dar um salto qualitativo, mas se vê freado pela falta de escolas”, opinou dom Cláudio; “Parece-me que não há uma preocupação conosco, jovens de escolas públicas, pois nos é praticamente negada à oportunidade de passar em uma escola técnica. Não recebemos o preparo adequado”, expressou a jovem Camila de Oliveira, 14 anos, moradora do bairro.
Na entrevista coletiva que concedeu na residência episcopal de dom Milton Kenan Junior, Fernando Haddad disse que a contratação dos funcionários e professores dos institutos federais está atrelada ao cumprimento de uma média de alunos por turma, e garantiu que o campus do ITSP sairá do papel, com ou sem ele no ministério (Haddad é pré-candidato a prefeito de São Paulo), embora tenha ponderado que a indicação do terreno para a construção é de responsabilidade da prefeitura da cidade e, assim, convidou que a população se articule para cobrar agilidade do executivo municipal.
Dom Milton enalteceu a implantação do instituto na periferia da zona noroeste. “A vinda desse polo do ITSP vai ser para a região um grande avanço na área da profissionalização, na área da educação de qualidade, em vista da imensa população de jovens da Brasilândia que esperam uma oportunidade para poder ocupar o seu lugar na sociedade”, expressou.
Um comentário:
Sugiro que vejam o Video da fala do ministro quando do anúncio sobre a implantação do Instituto.
http://www.portaldoo.com.br/cotidiano/acontece/acontece.html#110820
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