Daniel Gomes,
reportagem publicada no O SÃO PAULO
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“O
dom dos pobres” - dom Angélico Sândalo Bernardino - festejou 80 anos de vida na
sábado, dia 19, em missa na qual “os pobres do dom” – amigos e parentes –
lotaram a Paróquia Santos Apóstolos, na Região Episcopal Brasilândia.
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Como
lembrou o Bispo no começo da missa, foi uma celebração para “louvar com alegria
a Deus pelo dom da vida”, mas também, como indicava o comentário inicial, foi
dia de rememorar a atuação de dom Angélico junto aos trabalhadores e aos
excluídos e nos serviços de evangelização na Arquidiocese de São Paulo, como
bispo auxiliar, entre 1975 e 1989 na Região Leste 2 (atual Diocese de São
Miguel Paulista), e entre 1989 e 2000 na Região Brasilândia, e também na Diocese
de Blumenau (SC), onde é bispo emérito.
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Com
o aniversariante, concelebraram os bispos dom Pedro Stringhini, de Mogi das
Cruzes (SP), dom Antônio Gaspar, emérito de Barretos (SP), dom Fernando José
Penteado, emérito de Jacarezinho (PR), dom José Negri, de Blumenau (SC) e os
auxiliares de São Paulo, dom Sérgio de Deus Borges e dom Julio Endi Akamine.
Dom Angélico lembrou que dom Milton Kenan Júnior, auxiliar da Arquidiocese para
a Região Brasilândia, não foi à missa, pois estava em Roma.
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Os
leigos tiveram intensa participação nos ritos da celebração, incluindo a
homilia, que foi feita pela teóloga Célia Aparecida Leme e pelo professor
Waldir Aparecido Augusti, além do padre Konrad Körner, do clero da Brasilândia.
Com base no Evangelho do dia (Jo 2, 1-11), que narra o episódio em que Jesus
transforma água e vinho, os três apontaram como atuação do Bispo transformou
vidas.
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Padre
Konrad destacou que dom Angélico levou carinho às pessoas da periferia e nunca
deixou de emitir opinião. “Para nós fica isso, de um lado, a obediência em
relação à Igreja, mas também essa liberdade crítica de colaborar com a Igreja,
buscando formas eficientes na dinâmica pastoral”.
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Célia
enfatizou que o Bispo sempre se empenhou na transformação da violência e da
miséria e incentivou para atos de transformação social. “Essa caminhada toda de
Igreja, de participação, de movimento, só foi possível, porque nós fomos
animados, motivados e abençoados pelo nosso pastor”.
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Augusti
recordou a atuação de dom Angélico com os mais pobres da zona leste da cidade e
também o episódio do assassinato de Santo Dias da Silva, em 1979, quando o
Bispo conseguiu que o operário fosse sepultado dignamente. “O vinho que o
senhor nos ensinou a beber, dom Angélico, nos transformou em homens e mulheres
com coragem, com fé, com perseverança, acreditando naquilo que é a maior
verdade do Evangelho e que escolhestes como teu lema, nos ensinando que Deus é
amor”.
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Após
a comunhão, o Bispo recebeu homenagens e mensagens de felicitação, entre as quais
a do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo. “Aos 80
anos, a serem completados hoje, 19 de janeiro de 2013, nossa homenagem, nossas
preces, os votos e, sobretudo, pela santa missa, oferecida por seus padres,
parentes e amigos, mas também pela juventude que você representa para todos
nós”, disse o Cardeal.
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Dom
Angélico recordou a própria trajetória e revelou o que o motiva diariamente. “O
que me empolga na vida é esse amor profundo, que eu sinto no fundo do meu
coração por Jesus”, expressou, “a grande alegria da minha vida é conhecê-lo,
amá-lo, é poder proclamar com entusiasmo na Igreja, minha mãe e mestra, o seu
Evangelho de amor e estar a serviço do Reino”.
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O
aniversariante também reafirmou seu amor aos mais pobres, “aprendi dos pobres o
caminho de Jesus, o caminho da Igreja, e nosso caminho é o do Evangelho, é de
sermos andarilhos do Reino, irmos ao encontro dos degradados, dos presos, dos
famintos, dos drogados, dos prostituídos, e anunciar a eles que vale a pena vivermos
em paz, no Reino de paz”; e disse não temer o passar dos anos. “Tenho garantida,
por Jesus, a vida eterna”.
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Crédito da foto: CEBs Brasilândia
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