Por Daniel Gomes, pela Pascom
Brasilândia
Com
atuação em bairros de quatro subprefeituras da cidade (Casa Verde, Freguesia do
Ó, Perus e Pirituba), o clero e os agentes de pastoral da Região Episcopal
Brasilândia conhecem de perto as demandas dos 1,3 milhão de habitantes dessas
localidades. Para apresentar tais demandas e ouvir as propostas dos candidatos
a prefeito, a região promoveu no sábado, dia 11, um debate sobre as eleições
municipais.
Ana
Luiza de Figueiredo (PSTU), Carlos Giannasi (PSOL), Celso Russomano (PRB),
Miguel Manso Perez (PPL) e Soninha Francine (PPS) acolheram o convite que a
região fez aos 12 postulantes ao executivo paulistano e compareceram ao debate,
além de Nádia Campeão, candidata a vice-prefeita na chapa de Fernando Haddad
(PT).
Aproximadamente
300 pessoas foram ao evento realizado na Parada de Taipas, na zona noroeste da
cidade, e expressaram reivindicações, que foram reforçadas pela apresentação
das demandas regionais compiladas pela Pastoral Fé e Política, relativas às
urgências nas áreas de saúde, moradia, meio ambiente, educação, segurança pública e
transporte.
Junto
a um grupo de 30 jovens, do coletivo Levante Popular da Juventude, Juliane
Furno, 23 anos, participou de intervenções culturais e em entrevista sintetizou
os anseios da juventude da periferia, quanto à falta de moradia, educação e
lazer. “Aqui tem pouco espaço para a
juventude se expressar. Tem pouca praça, tem pouco espaço cultural, a gente
acaba ficando na rua e sem muita perspectiva de construção de um futuro
diferente”, comentou.
Também
para dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para
a Região Brasilândia, o próximo prefeito deve dar mais atenção aos jovens.
“Na
periferia da grande cidade existe um descaso à realidade da juventude. As
escolas são de péssima qualidade, o serviço de promoção dos jovens não existe,
a capacitação dos jovens para o mundo profissional é ineficiente, então, se nós
queremos uma nação onde todos tenham direito à vida, é urgente uma atenção dos
candidatos à realidade da juventude”, afirmou o bispo.
Durante
o debate, dom Milton também pediu que o próximo prefeito discuta com as
autoridades estaduais e federais um novo traçado para o Rodoanel, agilize a
construção do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
(IFSP) – já há verba do governo federal para as obras, falta a liberação de um
terreno na região, e tenha atenção à revisão da lei de zoneamento urbano.
Na
avaliação do bispo, com o debate, “a Região Episcopal Brasilândia presta um
serviço à democracia”. Opinião similar expressou Nery da Silva Oliveira, da
Pastoral Fé e Política. “Estamos a resgatar no povo a consciência da
necessidade de participação, da necessidade de se mobilizar para defender seus
interesses, buscar aquilo que é de nossa carência e que o poder público tem
obrigação de nos oferecer, especificamente nos pontos de educação, saúde,
segurança pública, transporte, moradia e meio ambiente”, afirmou em entrevista,
complementando: “Esperamos que o próximo prefeito tenha um olhar mais dedicado
à Brasilândia que está nos morros da periferia e, muitas vezes, é esquecida”.
Ao
final do encontro, os candidatos assinaram uma carta-compromisso elaborada pela
Pastoral Fé e Política da região, com 14 pontos de conduta que devem adotar se
forem eleitos prefeitos. Outros coletivos regionais também puderam apresentar
propostas por escrito aos pleiteantes ao executivo paulistano.
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