Apuração:
Anderson Braz e Juçara Terezinha
Edição:
Daniel Gomes
a
“Estamos
tentando conscientizar as pessoas para que aceitem a Pastoral Afro como ela
deve ser. Não é só uma pastoral para dança e música”. A frase de Conceição
Aparecida Rosa, da coordenação regional da Pastoral Afro, sintetiza os desafios
a serem superados para que a identidade negra católica esteja presente em todas
as paróquias da Brasilândia.
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Para
refletir sobre tais desafios e as contribuições dos negros na sociedade e na
Igreja, a pastoral realizou no domingo, 29 de julho, na Paróquia Nossa Senhora
da Expectação, um encontro dos grupos paroquiais, tendo como tema
“Quilombo-negritude, consciência e fé” e lema “Negros se organizando nas suas
comunidades”.
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A
atividade teve assessoria de Frei Davi Raimundo dos Santos, assessor da Rede
Educafro; de André Milani, teólogo; e de irmã Márcia da Tanzânia. “Cada pessoa
tem de saber de sua história para fazer uma nova história a partir desta base,
caso contrário, irá contra seus princípios. Deveríamos conversar com os mais velhos
para nos ajudar e não nos perder em nossa história”, enfatizou a irmã,
destacando que os negros ao virem como escravos para o Brasil foram obrigados a
manter muitas das suas tradições de se comunicar com Deus apenas na imaginação,
no simbólico, e não concretamente, devido à imposição dos colonizadores.
a
Fazer
com que cada negro atuante nas paróquias e comunidades da Brasilândia resgatem
a própria identidade é uma das metas da Pastoral Afro na Brasilândia. “Um dos
principais desafios que a gente percebe é a participação, principalmente das
pessoas que já são paroquianas, mas não se assumem como negro. A gente tem
dificuldade dessa parceria com as paróquias”, explicou Magda Santos, também
integrante da coordenação regional pastoral, que, segundo ela, procura mostrar
que os negros avançaram na sociedade, apesar dos preconceitos que ainda
persistem, e também estimula que os negros assumam a própria identidade.
a
Conceição
destacou que a meta é que cada paróquia tenha um grupo da Pastoral Afro.
“Queremos que cada paróquia tenha seu quilombo, um grupo de pessoas para a
pastoral, para a gente poder fazer um trabalho conscientizador, um trabalho
social”.
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Montar
uma nova história que valorize o negro foi o desafio assumido por todos os
participantes do encontro no encerramento das atividades, feito com cantos,
orações e a peculiar alegria do louvor dos negros a Deus.
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