quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Região Brasilândia valoriza identidade negra

Apuração: Anderson Braz e Juçara Terezinha
Edição: Daniel Gomes
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“Estamos tentando conscientizar as pessoas para que aceitem a Pastoral Afro como ela deve ser. Não é só uma pastoral para dança e música”. A frase de Conceição Aparecida Rosa, da coordenação regional da Pastoral Afro, sintetiza os desafios a serem superados para que a identidade negra católica esteja presente em todas as paróquias da Brasilândia.
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Para refletir sobre tais desafios e as contribuições dos negros na sociedade e na Igreja, a pastoral realizou no domingo, 29 de julho, na Paróquia Nossa Senhora da Expectação, um encontro dos grupos paroquiais, tendo como tema “Quilombo-negritude, consciência e fé” e lema “Negros se organizando nas suas comunidades”.  
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A atividade teve assessoria de Frei Davi Raimundo dos Santos, assessor da Rede Educafro; de André Milani, teólogo; e de irmã Márcia da Tanzânia. “Cada pessoa tem de saber de sua história para fazer uma nova história a partir desta base, caso contrário, irá contra seus princípios. Deveríamos conversar com os mais velhos para nos ajudar e não nos perder em nossa história”, enfatizou a irmã, destacando que os negros ao virem como escravos para o Brasil foram obrigados a manter muitas das suas tradições de se comunicar com Deus apenas na imaginação, no simbólico, e não concretamente, devido à imposição dos colonizadores.
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Fazer com que cada negro atuante nas paróquias e comunidades da Brasilândia resgatem a própria identidade é uma das metas da Pastoral Afro na Brasilândia. “Um dos principais desafios que a gente percebe é a participação, principalmente das pessoas que já são paroquianas, mas não se assumem como negro. A gente tem dificuldade dessa parceria com as paróquias”, explicou Magda Santos, também integrante da coordenação regional pastoral, que, segundo ela, procura mostrar que os negros avançaram na sociedade, apesar dos preconceitos que ainda persistem, e também estimula que os negros assumam a própria identidade.
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Conceição destacou que a meta é que cada paróquia tenha um grupo da Pastoral Afro. “Queremos que cada paróquia tenha seu quilombo, um grupo de pessoas para a pastoral, para a gente poder fazer um trabalho conscientizador, um trabalho social”.
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Montar uma nova história que valorize o negro foi o desafio assumido por todos os participantes do encontro no encerramento das atividades, feito com cantos, orações e a peculiar alegria do louvor dos negros a Deus.

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