quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Brasilândia festeja 80 anos de Irmã Clara

Por Juçara Terezinha, pela Pascom Brasilândia

Domingo ensolarado, depois de uma semana de muita chuva, no Jardim Elisa Maria, na periferia da zona noroeste. Na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, Irmã Clara Etelvina Amadio, da Congregação Escolares de Nossa Senhora, celebrou, dia 29, 80 anos de vida, com missa presidida por dom Milton Kenan Junior, bispo regional e concelebrada pelo pároco Antônio Florentino César Neto.

“O trabalho que Irmã Clara faz serve de exemplo para muitos governantes. Sua dedicação, seu carisma de educadora fez a diferença nesta comunidade e nas outras em que trabalhou”, destacou dom Milton, na homilia.

Trabalhos que foram reconhecidos em homenagens à aniversariante. Um grupo de adolescentes apresentou uma dança, com base em uma música que fala do lema de vida de Irmã Clara, “um coração grande para amar e forte para lutar” e amigos e familiares também a agradeceram.

Valdecir Pedro da Silva, presidente da Associação Cultural Madre Tereza de Jesus, idealizada pela irmã, apontou que a aniversariante é “uma pessoa amiga, parceira e muito dedicada à comunidade, sempre preocupada em tirar os jovens da rua”.

Irmã Maria Ruth Silva, colega de congregação, enalteceu a atuação da octogenária. “Trabalho há 12 anos com Irmã Clara aqui na comunidade Nossa Senhora de Fátima e admiro sua coragem, persistência, carisma de educadora em uma área pobre e com tantos problemas. Ela está sempre presente. Irmã Clara é uma jóia preciosa”.

Terezinha Amadio, aos 81 anos, é a única irmã ‘de sangue’ viva da aniversariante. “Pra mim é um momento de muita alegria poder estar celebrando os 80 anos da minha irmã”.

“Viver 80 anos é uma grande graça de Deus. Viver 80 anos e em grande parte estar junto a esse povo de Deus mais carente, mais sofrido, é uma alegria imensa. A gente dá com uma mão, e Jesus devolve com dois braços cheios”, disse a aniversariante, que nasceu em Capivari (SP), em 1932.

Há 52 anos, é religiosa da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, que tem como carisma a educação. Trabalhou em Pirajuí (SP) com meninas internas; e em São Paulo, como professora no bairro da Casa Verde e na militância por moradias.

Na pequena cidade de Enéias Marques (PR) realizou uma significativa experiência missionária. “Neste pequeno povoado, iniciei o trabalho de alfabetização de adultos. Na época não tinha energia elétrica. Quando a vela terminava, era hora de acabar a aula”, relembrou.

De lá, Irmã Clara foi trabalhar em Francisco Beltrão (PR). “Participei de maneira efetiva da Pastoral Operária, PO. Cheguei a representar o Regional Sul 2 da CNBB no encontro Nacional da PO que aconteceu no Rio de janeiro. Foi uma experiência missionária bem forte e desafiante”, lembrou-se.

Há 15 anos, a irmã está no Jardim Elisa Maria, na periferia de São Paulo. “O que mais me preocupa é essa adolescência, pois o bairro não oferece praticamente nada e nós, como comunidade, temos que acolher esses adolescentes e jovens e ajudá-los a descobrir um caminho sempre longe da drogas”, apontou.

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